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UNICAMP | Pixações racistas e ameaçadoras são encontradas em biblioteca da Unicamp

Nesta quarta, 15, foi publicado um comunicado institucional e as aulas foram canceladas após a biblioteca Antônio Cândido do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp sofrer um ataque com pichações de conteúdo racista, nazista e de referência ao massacre ocorrido em Columbine-EUA. Pixações com mesmo conteúdo também foram encontradas em outros Institutos.

quarta-feira 15 de agosto de 2018 | Edição do dia

O comunicado emitido pela direção do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) denunciou que nas mesas, paredes e computadores do prédio da biblioteca foram encontradas pixações de suásticas nazistas, inscrições relacionadas a grupos racistas e ameaças que remetem ao massacre ocorrido em Columbine-EUA no ano de 1999, onde dois estudantes abriram fogo contra um grupo de outros estudantes e professores de sua escola. A direção do Instituto também comunicou o cancelamento das aulas, diante de manifestações de medo e insegurança por parte dos estudantes.

A biblioteca “Antonio Candido” no IEL que é uma das atacadas pelas pixações, assim como os banheiros do Instituto de Física (IFGW) e do Instituto de Geografia (IG), é a mesma está sob risco de fechar suas portas, como denunciado há cerca de 5 meses pela sua própria direção. Atitudes semelhantes se deram em outros momentos e espaços da universidade, sobretudo em tempos de debates e disputas de opiniões a respeito de temas como acesso e permanência na universidade de estudantes negros e LGBTs. Em relação às pixações no ano de 2016 (no calor dos debates que culminaram na forte greve estudantil que se posicionou contra os cortes impostos pela reitoria e defendeu a implementação das cotas étnico-raciais na universidade), houveram agressões semelhantes, com ofensas e ameaças deliberadamente anti cotas e racistas, tomando o lado do ódio frente ao grande debate que mobilizou toda a Unicamp.

De fato, a expressão de setores declaradamente reacionários e conservadores, como vimos na Band com Bolsonaro e cabo Daciolo, que fez exaltações religiosas de cunho fundamentalista em rede nacional, e que vem fazendo juntos aos seus seguidores diversas declarações racistas, machistas e lgbtfobicas fazem parte do cenário em que se localizam essas pixações. Por isso, é importante relembrarmos a medida que foi tomada pela auto-organização dos estudantes negros em aliança com o movimento estudantil, com ações nas marchas antirracistas, os debates, além de ações simbólicas como os painéis de mostra de personalidades negras, dias de combate ao racismo, importantes no campo intelectual, das artes, dos movimentos sociais e revolucionários e que são fundamentais e as únicas que podem combater ações desse tipo.

Nesse sentido, repudiamos essas ameaças racistas e neonazistas, elas não passarão por cima da força que estudantes e trabalhadores já demonstraram dentro e fora da Unicamp.




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