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CRISE NO RIO | Picciani e aliados agradecem o massacre da PM na Alerj para votação do pacote de Pezão

Deputados aliados de Pezão, como o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), escreveram uma carta de agradcecimento aos policiais militares que reprimiram os protestos contra a aprovação do pacote de maldades do governo durante a votação que ocorreu nessa terça-feira, 7. O comandante da polícia também pediu desculpas ao Cardeal Dom Orani Tempesta pela invasão da Igreja pela polícia durante a operação.

quarta-feira 7 de dezembro de 2016 | Edição do dia

Foram horas de um brutal massacre promovido pela polícia, com direito à bombas arremessadas das sacadas da Igreja de São José, e foram tantas bombas jogadas que até mesmo assessores parlamentares e os deputados Pedro Fernandes (PMDB) e Tia Ju (PRB) passaram mal pelos efeitos do gás lacrimogêneo e tiveram que ser atendidos. A brutalidade policial seguiu até a noite.

Deputados como Jorge Picciani (PMDB), Edson Albertassi (PMDB), Milton Rangel (DEM), entre outros, acharam o espetáculo de violência protagonizado pelas forças repressivas digno de nota, literalmente: escreveram uma para agradecer os policiais:

“Esses agentes agiram de forma correta e dentro de suas atribuições constitucionais. (...) agiram conforme a lei determina, com materiais não letais, em conformidade com o princípio do uso da força. Liderada por uma minoria de servidores públicos e muitos infiltrados, uma manifestação pacífica e democrática pulverizou-se pelo Centro, e deixou um rastro de destruição, afetando o funcionamento dos transportes públicos, causando o fechamento do comércio, de importantes vias de circulação e, consequentemente, cerceando o livre direito de ir e vir da população.” Diz o texto da nota.

Outros trechos afirmam: "diversos segmentos do funcionalismo têm buscado os corretos caminhos do diálogo e não concordam com esse comportamento inaceitável. (...) não fosse a ação diligente dos bombeiros, comprometidos com sua missão, com auxílio da segurança da Casa, uma tragédia de grandes proporções poderia ter ocorrido no Palácio Tiradentes, onde começou um princípio de incêndio causado por causa de um rojão arremessado pelos manifestantes”.

Picciani disse que os manifestantes "estavam armados com centenas de morteiros" e que "Pegou fogo no prédio. Se se alastrasse, poderia ter atingido dezenas de pessoas."

A discussão sobre a manifestação da terça na casa teve ainda outros deputados se manifestando em plenário, como Cidinha Campos (PDT), que disse:

"Queria agradecer a PM, os bombeiros e a Polícia Civil. Quando eles foram agredidos, reagiram com toda a tranquilidade, com armas não letais, dando tiros de bala de borracha. Tem muito deputado que reclama da PM, mas na hora que o gás entra e a bomba estoura só falta se esconder debaixo da mesa."

A atitude dos parlamentares, longe de se envergonhar de aprovar o pacote de ataques por trás da violência policial, é de proclamar com orgulho que se valem das botas da polícia para passar suas medidas contra os trabalhadores e o povo pobre.

Outro episódio ocasionado pelo massacre policial de ontem foi o pedido de desculpas do Comandante Geral da Polícia Militar do Rio, o Coronel Wolney dias, ao Cardeal Dom Orani Tempesta, o mesmo que declarou apoio indiretamente à Crivella na disputa à prefeitura.

Cardeal e Coronel tomaram um café da manhã amigável para discutir como as sacadas da Igreja foram usadas para disparar as bombas da polícia. A primeira-dama do estado do Rio também falou com Tempesta, e Pezão só não o fez porque está em Brasília. Mas ele já deixou o recado: quando chegar ao Rio vai se desculpar. Sem dúvida não era preciso tanto: o bom Cardeal deve estar satisfeito que o edifício da histórica Igreja tenha sido usado para um fim tão nobre quanto a aprovação desse pacote que ataca não apenas os trabalhadores e serviços públicos, mas também os programas de assistência social do governo.




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