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Capitalismo | Petrobras: lucro recorde para acionistas, gás e combustíveis caros para o trabalhador

Analistas possuem expectativas de que a estatal registre lucro líquido entre R$30 bilhões e R$40 bilhões no primeiro trimestre do ano, enquanto a população amarga os efeitos da crise com a alta dos combustíveis, do gás de cozinha e dos alimentos

quinta-feira 5 de maio de 2022 | Edição do dia

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Petrobras divulgou nesta quinta-feira (5) o resultado financeiro do primeiro trimestre de 2022. A expectativa dos analistas é que a estatal registre lucro líquido entre R$30 bilhões e R$40 bilhões entre janeiro e março deste ano.

De acordo com analistas, o resultado do início do ano vai ser influenciado pelo forte aumento no preço do petróleo no mercado internacional, que chegou perto de US$140 por conta da guerra na Ucrânia. Os maiores ganhos com o petróleo e com a venda de derivados é o que vai ajudar a aumentar o lucro da empresa, mesmo não havendo um avanço na produção, que aumentou somente 1%.

Desde o início do ano a Petrobrás realiza reajustes no preço do diesel e da gasolina nas refinarias. A alta chegou a alcançar 24,9% no caso da gasolina e 35% no valor do diesel.

Atualmente, o preço médio do botijão de gás no país está R$113,48, quase 10% do valor do salário mínimo que hoje se encontra em R$1.212,00. Já a gasolina possui um preço médio de R$7,28 o litro, chegando a custar R$8,59 em cidades como São Paulo.

Tal situação demonstra o quanto os empresários e os governos fazem de tudo para que sejam os trabalhadores e a população pobre a pagar pela crise que eles mesmos criaram. Enquanto a população vê a alta dos alimentos, influenciada pelo preço dos combustíveis, e a inflação corroendo seu salário, avistando cada vez mais a necessidade de precisar escolher entre comprar o botijão de gás ou comprar comida, os acionistas de empresas como a Petrobrás avistam seus enormes lucros.

O caso recente de Angélica Rodrigues, 26, que morreu após ter tido mais de 85% do seu corpo queimado por cozinhar com álcool, já que não tinha dinheiro para comprar gás, expressa o nível de miséria que os grandes capitalistas querem que os trabalhadores e os setores oprimidos da sociedade, como as mulheres, cheguem.

Diante do aumento do preço dos combustíveis e alimentos não podemos aceitar que a fome e a inflação seja destinada aos trabalhadores enquanto os lucros imensos ficam para os acionistas. Por isso precisamos lutar pela imediata redução do preço dos combustíveis através de uma Petrobras que seja 100% estatal gerida pelos trabalhadores com controle popular para que sejamos nós, os trabalhadores e os setores mais afetados pela crise, a decidir as prioridades e não um punhado de capitalistas que só se importam com seus lucros.

O Brasil de hoje carcomido pela inflação e pela perda do poder aquisitivo dos salários coloca a necessidade de batalharmos por medidas elementares em defesa de nossas condições de vida, como o congelamento dos preços de alimentos, energia e todos serviços públicos (água, luz, telefonia, internet, transporte) para os níveis prévios à pandemia, e aumento automático dos salários conforme a inflação.

Tais medidas só serão possíveis por meio da luta auto-organizada dos trabalhadores, em unidade com os setores oprimidos, batalhando para que sejam os capitalistas que paguem pela crise.

Leia também: Efeitos da guerra: a crise dos combustíveis e alimentos no Brasil e a resposta dos trabalhadores




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