quinta-feira 2 de julho de 2015 | 01:25
A Petrobrás informou ao mercado financeiro, nesta quarta-feira, que estuda a abertura de capital de sua subsidiária Petrobrás Distribuidora S.A. (BR), assim como a possível "atração de um sócio estratégico".
A BR é a maior distribuidora de combustíveis do Brasil, com 30% de participação no mercado, e conta com cerca de 7.900 pontos de venda no país.
A companhia afirmou que a iniciativa faz parte do Plano de Desinvestimento da Petrobrás e ressaltou que, caso a abertura de capital se concretize, esta será realizada através da oferta pública secundária de ações.
A companhia petrolífera também explicou que "o anúncio de oferta e a realização da mesma dependerá de condições favoráveis dos mercados de capitais nacional e internacional".
A Petrobrás anunciou esta semana que decidiu reduzir em 37% os investimentos que tinha previsto para o período 2015-2019 a fim de adequar-se "à nova realidade do setor" e diminuir a dívida da companhia.
A estatal é atualmente alvo das investigações da Lava-Jato devido à milionários desvios promovidos por uma rede que envolve grandes construtoras, acusadas de pagar subornos e supervalorizar contratos, para beneficiar políticos, dentre eles políticos ligados aos governo Dilma.
Os desvios pela corrupção geraram perdas no valor de US$ 2 bilhões na última década, segundo os cálculos da própria empresa.
Na prática, a abertura de capital da distribuidora será uma forma de privatizar a empresa ( para outros “sócios” - leia-se empresários em sua maioria estrangeiros – possam ser donos da empresa ao comprarem partes da empresa, as ações) que é responsável pelo transporte do combustível das refinarias aos postos de gasolina em todo país.
O ajuste na Petrobrás será realizado nas costas dos trabalhadores. Ele já é sentido por meio das demissões de terceirizados e em empresas que dependem da Petrobras como os estaleiros, com a redução de novas contratações, cortes nos direitos e acelerando ainda mais a privatização da estatal e a entrega da exploração do petróleo e do Pré-sal nas mãos do capital estrangeiro.
Dilma segue entregando a Petrobrás e o petróleo brasileiro aos interesses e aos lucros do capital estrangeiro ao anunciar o programa de desinvestimento (ou privatizações disfarçadas). A crise com o escândalo de corrupção da Lava-Jato aprofunda e acelera os tempos da privatização e dos ataques aos trabalhadores efetivos e terceirizadas da estatal, como se viu com os cortes de recursos às obras do Comperj (que levou à demissão centenas de terceirizados sem direitos) , além do Leilão de Libra, maior campo de petróleo do país, realizado em 2013 e que agora continua com as privatizações das subsidiárias da estatal.
EFE/ED
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