terça-feira 6 de agosto de 2019 | Edição do dia
No contexto atual, Bolsonaro elegeu os professores como inimigos número 1 do governo, por isso, não nos causa nenhum espanto que o governador de São Paulo, João Doria, que desde a eleição se mostrou bem alinhado com a política ultra reacionária do presidente, atue com uma postura de aprofundamento das políticas de "controle e assédio" dos professores.
Dória, que recentemente mentiu publicamente dizendo que nunca apoiou Bolsonaro, está ditando novas regras para a educação pública paulista entre elas está a fiscalização das aulas, em seu conteúdo e forma que se darão a partir da imposição de que os coordenadores assistam as aulas e façam relatórios da postura em sala de aula, do tempo utilizado para transmitir sua disciplina e também dos assuntos que serão abordados.
Essa prática, que excede as responsabilidades dos coordenadores, que inclusive estão cumprindo muito mais funções do que as determinadas historicamente e acumulam múltiplas tarefas, serve para impor o fim da liberdade de cátedra tão cara para qualquer processo educativo. As escolas públicas padecem de falta de funcionários, desde inspetores até de coordenadores e especialistas pedagógicos, isso é fruto da imensa precarização da educação pública.
Essa politica cria um clima hostil na relação professor e coordenador, já que teoricamente a função deste seria de dar formação, orientação e ajuda pedagógica ao professor, não de fiscalizador do conteúdo das aulas, cujo o resultado será de perseguição aos professores na busca do governo de acabar com o conhecimento crítico e emancipador, além de facilitar as vias de privatização do ensino público.
Com os arranjos atuais essas notas podem significar futuramente a exoneração de profissionais concursados/estáveis, aumentando ainda mais o índice que mais cresce desde o golpe institucional, o do desemprego, que já chega a 13 milhões em nosso país. O governo Dória quer, assim como quer Bolsonaro, varrer das escolas a vanguarda de professores e os setores progressistas, criando uma categoria cada vez mais anatômica e impondo um projeto ultra neoliberal de educação, buscam com isso descarregar a crise nas costas dos trabalhadores.
Em cada escola estadual temos que unir nossas forças e dizer em alto e bom som: