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LAVA JATO | Pedro Novis tenta omitir nome de José Serra em Delação Premiada

O benefício da delação premiada é concedido a um criminoso delator que aceite colaborar com as investigações. Na Operação Lava Jato, esse direito está sendo usado por diversos acusados. No entanto, alguns participantes da delação já sofreram ameaças de serem retirados do acordo, entre eles, o ex-presidente da Odebrecht, Pedro Novis. Os procuradores culparam o executivo por omitir a participação de alguns políticos, como o ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP).

quinta-feira 27 de outubro de 2016 | Edição do dia

Nesse jogo político, a Pedro Novis omitiu o nome de José Serra com a intenção de procurar uma saída mais consensual para a crise que o país está passando. Esta ação do empresário tem como o objetivo garantir os ataques sem que aconteça uma instabilidade que dificulte as medidas impopulares que Michel Temer vem aplicando. A crise política que se expressa no desentendimento entre a ministra Carmem Lúcia e senador Renan Calheiros mostra que o Temer enfrentará uma forte turbulência. Para não agravar esta crise no governo, o governo Temer e seus aliados utilizam de métodos que visam manter a impunidade.

No momento, o ataque direto da Lava Jato à base aliada mostra como os ataques e medidas impopulares de Temer não são garantidos, e que, caso não sejam consolidadas, a operação tem a possibilidade de desestabilizar o governo. A tentativa desesperada de passar segurança para a população cada vez mais fica evidente. Direcionar suas forças aos aliados evidencia a ilegitimidade e a exasperação dos condutores do processo.

A tendência da Lava Jato é se tornar uma “Mãos Limpas”, operação italiana que desmantelou os principais partidos da ordem, mas não se propôs a punir os corruptos, e colocou Silvio Berlusconi no poder. Com uma estratégia aparentemente indefinida, qualquer um que tenha uma simples ligação com o esquema de lavagem de dinheiro pode ser atingido, causando ainda mais instabilidade na esfera política.

As incertezas trazidas pela trama do golpe reforçam a utilidade de imposição das necessidades populares, mostrando como o combate à corrupção não deve ser feito apenas para auxiliar nos interesses da elite, e sim para que essa própria elite seja extinta, trazendo os direitos da população ao primeiro plano do debate político.




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