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VACINA | Pastor usa sua influência para propagar fake sobre vacina

Em vídeo conspiratório, pastor chega ao absurdo de dizer que a vacina vem com HIV. Nesse discurso negacionista, apoia Jair Bolsonaro e conduz opinião pública para um discurso de extrema direita.

segunda-feira 14 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Pastor, por ora com identidade não conhecida, realizou um vídeo durante culto religioso afirmando que a vacina CoronaVac, a vacina produzida pelo Instituto Butantã em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, é uma produção laboratorial francês que fora expandida na China. Além de ser um discurso anticientífico, dado que não qualquer evidência que prove origem geográfica/espacial do vírus e que ele pode ter surgido a partir das próprias virais naturais, o pastor parabeniza Bolsonaro por ser colocar contra a "vacina de João Dória" que, segundo sua eloquente conspiração, iria matar aqueles que fossem vacinados com a CoronaVac.

Veja o tuite abaixo, o qual contém a denúncia:

Segundo o informante do vídeo, e de acordo com outras apurações já realizadas, há outros tantos pastores que se valem de seu espaço de influência religiosa para propagarem estapafúrdias ideias. O outro caso abaixo trata-se de um vídeo em que o sujeito no púlpito, além de propagar um conteúdo negacionista sobre a situação de crise sanitária da pandemia, atribui, absurdamente, a exaltação da pedofilia à comunidade LGBT

Contudo, vale reificar que a Bancada Evangélica (a bancada, majoritariamente, neopentecostal do Congresso), não por acaso, é um dos setores ultra conservadores, somados às bancadas da Bala e do Boi (grupos compostos por latifundiários e armamentistas respectivamente), que foram e continuam sendo um dos pilares de apoio do governo de extrema direita de Jair Bolsonaro.

Bolsonaro hoje se vale destes setores, da sua base dura, para propagar seu suposto "atrito" com João Dória, o governador de São Paulo, que diz ter sido o mais responsável com relação ao controle da pandemia. Porém Bolsonaro, Dória, os governadores em geral junto ao Congresso e ao STF se aproveitaram da pandemia para aprovar leis e medidas anti-operárias, como a redução de salários e retirada de direitos de milhões de trabalhadores. E se hoje o país contabiliza 180 mil mortos, os responsáveis são todos eles, contra toda a classe trabalhadora.

Isso reafirma que, para além de rechaçar fortemente discursos negacionistas, como os denunciados acima, o esforço deve vir no sentido de que seja garantida a mais ampla liberdade de pesquisa e divulgação de resultados de todas vacinas, e o acesso gratuito e massivo aos testes e todas as demais medidas, equipamentos e condições de prevenção e tratamento contra a Covid-19. Mas isso só virá pela auto-organização dos trabalhadores, para que sejam eles os reais controladores do sistema de saúde, junto aos cientistas especializados, para dar uma saída que coloque em primeiro lugar a vida, e não os lucros de empresários farmacêuticos e capitalistas interessados na distribuição da vacina.




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