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COTAS JÁ! | Parar o centro de Campinas em defesa das COTAS na Unicamp

Na próxima sexta-feira, dia 12, vai ocorrer um debate na câmara municipal de Campinas sobre a implementação das cotas étnico-raciais na Unicamp, antes do debate está sendo chamado pelo Núcleo de Consciência Negra da Unicamp um ato no centro da cidade com objetivo de dialogar com a população sobre a necessidade da política de cotas na Unicamp.

Guilherme ZanniProfessor da rede municipal de Campinas.

quarta-feira 10 de maio de 2017 | Edição do dia

Apesar de na grande maioria das universidades públicas pelo Brasil, a implementação das cotas raciais já terem ocorrido, em algumas há mais de uma década, como na UERJ, nas universidades estaduais paulistas, criadas para atender as necessidades da elite paulistana, a implementação dessa política está em debate na instâncias deliberativas da universidade somente agora, apesar de já existir há muito tempo por iniciativas de coletivos do movimento negro.

Na Unicamp, no próximo dia 30 o Conselho universitário irá decidir se a unicamp contará com a política de cotas étnico-raciais no seu processo seletivo. É importante ressaltar que esse conselho é reacionário e não atende os interesses dos estudantes e trabalhadores da universidade, e nem da maioria da população, que só vê a Unicamp como um hospital precário. Foi a nossa mobilização no ano passado que impôs o debate por um outro projeto de universidade diferente do que temos hoje. Mas sem fazer coro com a direita reacionária, como o MBL, que quer privatizar a Unicamp para entregá-la nas mãos das empresas.

Realizamos uma greve histórica na Unicamp, com mais de 18 institutos aderindo à mobilização e uma ocupação da reitoria, que impôs o debate sobre as cotas na universidade, realizando 3 audiências públicas sobre o tema. Lutamos por uma Universidade que se abra para a população da cidade, e não pela porta do trabalho precário da terceirização da limpeza e do serviço de alimentação, mas que o acesso seja verdadeiramente livre para a população e que o conhecimento produzido na universidade seja para atender às suas necessidades, e não os lucros das empresas, como vemos hoje. Mas a reitoria e a burocracia universitária dessa universidade, que tem vários privilégios e recebe supersalários, já puniu e ainda quer punir mais estudantes que se mobilizaram no ano passado, em especial os estudantes negros. Por isso exigimos, cotas Já e a revogação de todas as punições!

Esse ato na cidade e o debate na câmara de Campinas, ainda mais sabendo o caráter conservador e opressor dessa câmara, mostrando a todos que queremos uma universidade para a população, e principalmente a população negra, é fundamental para avançarmos num projeto de universidade que seja realmente público, gratuito e de qualidade para todos. Não aceitamos que a Universidade não reflita a realidade racial do nosso país, apesar de quererem negar, a maioria da população brasileira é composta por negros e negras, e a universidade tem o dever de refletir essa realidade em todos os seus espaços. Não aceitamos que para acessar ao ensino superior público tenhamos uma barreira social e racial que nos impeça, sendo a única opção muitas vezes o ensino superior privado, que nos endivida, enquanto enriquece os barões da educação. Queremos a Unicamp por inteiro, para colocá-la a serviço de quem realmente ela deve estar.

Nós da Faísca chamamos todos ao ato e ao debate na Câmara, vamos parar o centro da cidade pelas cotas étnico-raciais na Unicamp!

Foto: Rafael Kennedy




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