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METALÚRGICOS OSASCO | Paralisação nacional dos metalúrgicos rumo à greve geral: qual o papel da juventude nessa luta?

sexta-feira 30 de setembro de 2016 | Edição do dia

Neste quinta (29) , ocorreu uma paralisação nacional de metalúrgicos. Na cidade de Osasco, ocorreu um ato com centenas de trabalhadores e trabalhadoras, em unidade com a combativa Ocupação Esperança, em frente a empresa Meritor (empresa de sistemas automotivos) que andou até a estação de trem. 

Nós, militantes da Faísca, comparecemos junto aos trabalhadores para apoiar a ação e lutar contra os ataques e as demissões que têm uma demanda maior a cada dia, colocando a necessidade de se construir uma greve geral.

O sindicado por sua vez não parecia tão firme em seguir com a ideia da greve geral e não abordaram e nem apoiaram o assunto. Depois do ato com os trabalhadores, nos reunimos em frente a estação de Osasco, onde o sindicalistas deram suas palavras finais e pediram para os trabalhadores voltarem a seus devidos postos. 

Desde o fim do ano passado temos denunciado aqui no Esquerda Diário a situação dos trabalhadores da metalúrgica Mecano Fabril, que, por conta do não pagamento dos salários dos funcionários, estão em sua quinta greve do ano. O patrão deixa claro que pode fechar as portas a qualquer momento, alegando não ter dinheiro, ainda que tenha lucrado milhões com a autopeças nos últimos anos e que tenha hoje diversos bens intactos. Hoje, muitos trabalhadores se vêem obrigados a pedir demissão sob a promessa de que o fundo de garantia seja pago, o que não resolve a questão: além de os trabalhadores ficarem sem emprego frente a um país em crise com os altos níveis de desemprego, que confiança podemos ter nesse patrão caloteiro que há meses não paga os salários?

Nas outras fábricas de Osasco, na região do antigo complexo Cobrasma, a situação não é muito melhor: demissões, redução da jornada de trabalho e terceirização dos serviços são uma realidade frequente.

Sabe-se que esses ataques não são exclusividade da categoria dos metalúrgicos de Osasco, continuam em todos os âmbitos a nível nacional. A juventude é também uma das atingidas, principalmente pelos cortes na educação pública e com a recém divulgada reforma do ensino médio, que visa a cortar a obrigatoriedade justamente de matérias que incitam pensamento crítico e engessar ainda mais a possibilidade de uma educação emancipadora que não sirva apenas para nos inserir no mercado de trabalho.

Nós somos os trabalhadores do futuro. Querem que trabalhemos em postos cada vez mais precarizados, 12 horas por dia, praticamente sem perspectiva de aposentadoria. Querem que a juventude e os trabalhadores paguem a conta de uma crise que não foi gerada por nós, que continuamos trabalhando e construindo tudo o que aí está. A juventude precisa ter clareza de que aqueles que têm força material para alterar de fato a realidade são aqueles que tudo produzem, a classe trabalhadora. É urgente a aliança entre a juventude e a classe trabalhadora para barrar os ataques do golpista Temer - que vêm agravar os que já ocorriam no governo Dilma -, e por isso é urgente que a juventude vá às portas das fábricas em apoio aos trabalhadores e fortaleça a unificação das categorias rumo a uma greve geral.




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