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GREVE DE MOTORISTAS E COBRADORES EM SP | Paralisação de rodoviários fecha 17 terminais em São Paulo contra redução da frota

quinta-feira 5 de setembro de 2019 | Edição do dia

Foto: Rodrigo Lopes

Motoristas de ônibus fazem protesto nesta quinta-feira, 5, na região central de São Paulo. O grupo está concentrado em frente à sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, e 17 terminais foram fechados pela da mobilização.

"A determinação é de que pare 100% dos terminais. Já estamos com 17 terminais parados em todas as regiões da cidades e são 22 ao todo. Já tem mais de 60 dias que enviamos a pauta com nossas reivindicações e não teve manifestação do poder público. Somos contra a redução de 1.500 veículos da frota, que vai deixar 8 mil pais de família desempregados, e a demissão dos cobradores", diz Valmir Santana da Paz, presidente interino do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de São Paulo. A redução da frota não significa apenas demissão de trabalhadores, mas uma precarização dos transportes que afeta toda a população.

O objetivo da manifestação, segundo os motoristas, é protestar contra o que chamam de "desmonte" do setor, com a redução de frota, além de cobrar o pagamento relativo à participação nos lucros e resultados (PLR) por parte das empresas.

A mobilização teve início de manhã, quando a categoria fez uma caminhada da sede do sindicato, na região central, até o prédio da Prefeitura.

A partir do meio-dia, motoristas, cobradores e profissionais da manutenção iniciaram a paralisação. Inicialmente, os veículos foram estacionados no entorno da Prefeitura, mas já há ônibus parados em outras partes da região central da cidade.

Uma assembleia será realizada às 16 horas para definir se haverá greve nesta sexta-feira, 6.

A São Paulo Transporte (SPTrans), órgão ligado à gestão municipal, informou que a mobilização atingiu a operação nos terminais Água Espraiada, A.E. Carvalho, Bandeira, Campo Limpo, Capelinha, Jardim Ângela, Lapa, Mercado, Parque D. Pedro II, Princesa Isabel, Pinheiros, Sacomã, São Miguel, Santo Amaro, Sapopemba, Varginha e Vila Carrão.

Há duas semanas, o órgão especial do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a decisão que considerou ilegal o prazo de 20 anos para os contratos da Prefeitura com empresas de ônibus na cidade, o que é mantido há décadas pelas prefeituras garantindo os exorbitantes lucros dos empresários enquanto a população amarga com transportes caros e lotados. A decisão havia sido tomada em maio pelos desembargadores e foi confirmada no dia 21 de agosto, quando os embargos de declaração foram rejeitados. A Prefeitura recorre da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas o entendimento poderá inviabilizar a concretização da licitação do setor, que teria de ser refeita. Além de conceder esses contratos, a prefeitura ainda subsidia as companhias privadas, dando milhões do orçamento para encher os bolsos desses capitalistas.

Somente com os transportes estatizados e sob o controle dos trabalhadores e usuários poderemos impedir que o direito ao transporte seja uma mercadoria nas mãos de um punhado de empresários parasitas.




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