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IMPOSTOS E AJUSTE FISCAL | Para tirar do bolso da população, governadores se unem pela volta da CPMF

Oito governadores se reuniram com deputados e senadores da base aliada no dia de hoje para fazer lobby em defesa da volta da CPMF. Segundo a proposta que articularam a CPMF seria no valor de 0,38%, elevando a tributação proposta pelo governo Dilma que era de 0,2%. A diferença seria repassada a governos estaduais e municípios.

quinta-feira 17 de setembro de 2015 | 00:00

Foto: Agência Câmara Notícias

Em uma nova tática política o governo Dilma com dificuldade de articulação política no Congresso fechou um acordo com governadores da base aliada para que eles fizessem lobby no Congresso pela volta da CPMF, um dos itens dos novos ajustes anunciados segunda-feira.

Estiveram presentes no Congresso os governadores Pezão (PMDB-RJ), Rui Costa (PT-BA), Waldez Goes (PDT-AP), Camilo Santana (PT-CE), Renan Filho (PMDB-AL, filho do presidente do Senado, Renan Calheiros), Benivaldo Chagas (SE, que está substituindo temporariamente Jackson Barreto do PMDB), Marcelo Miranda (PMDB-TO), Wellington Dias (PT-PI), e a vice-governadora do Acre (dirigido pelo PT).

O governador petista da Bahia, Rui Costa, afirmou que, a "esta altura" não adianta buscar culpados e o que importa é encontrar uma solução para os problemas enfrentados pelo Brasil. Ele disse que é necessário fazer um pacto de enfrentamento à crise e lembrou que o problema de déficit da Previdência não é só da União, mas também dos Estados. Costa fez as declarações na Câmara, na reunião em que um grupo de governadores afirmou que será defendida junto ao Congresso uma proposta de volta da CPMF com alíquota de 0,38% distribuída entre a União, Estados e municípios.

"Os 27 governadores têm posições diferentes de qual é a solução mais adequada, mas não podemos nos furtar do debate, não podemos furtar o País de uma solução", afirmou. "Acho que a palavra que os brasileiros esperam nos quatro cantos do País é negociação, para que o Brasil possa retomar crescimento", acrescentou. Os governadores já começaram a articulação com o Congresso, aproveitando a agenda hoje em Brasília para se reunir com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros.

Assim como o governador Wellington Dias (PT-PI), Rui Costa minimizou o fato de os governadores de oposição não terem comparecido ao encontro desta quarta-feira, como era pretendido. "Estamos dialogando com os 27 governadores. Não é um embate entre o governo e a oposição", disse.

O governador Renan Filho (PMDB-AL) reforçou o discurso ao falar que a única coisa que o País não pode agora é deixar de debater. "É importante que discutamos, sejamos governo ou oposição", afirmou. Ele também argumentou que Estados e municípios precisam estar inseridos nas saídas à crise, porque ela atinge a todos.

Na sequência, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) citou os problemas históricos dos Estados com a Previdência para justificar a volta da CPMF, desde que a arrecadação seja compartilhada. "A gente sabe que nossa carga tributária é pesada", falou. "Não é um tema fácil, se fosse fácil já estava aprovada e não tinha sido retirada (no passado)."

Os governadores ouviram o depoimento de alguns parlamentares que estavam presentes na reunião, que falaram sobre as dificuldades para emplacar o projeto de retorno da CPMF no Congresso.

A presidente da Comissão Mista de Orçamento, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) cobrou explicações sobre como os governadores irão convencer as lideranças partidárias a aumentar a alíquota proposta pelo governo de 0,20% para 0,38%. "A maioria dos integrantes da Comissão não quer aumento de imposto", disse.

Em meio ao arrocho dos salários do funcionalismo em vários estados, cortes na saúde e educação, congelamento dos salários como propõe Pezão no Rio, os governadores querem mais tributos, não para atender aos anseios da população mas para melhorar suas contas e seguir destinando a maior parte do orçamento para o pagamento das dívidas, o mesmo que faz o governo federal.

Esquerda Diário / Agência Estado




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