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Privatização Correios | Para privatizar os Correios, Câmara e Bolsonaro estão juntos: é urgente um plano de lutas

A privatização do Correios é um ataque absurdo do governo Bolsonaro-Mourão com a cumplicidade direta do Congresso e da justiça. Diante disso, é escandalosa a paralisia e traição das burocracias sindicais, sendo urgente um polo antiburocrático que organize um plano de lutas com a força da classe trabalhadora, única capaz de derrubar essa privatização e todos os ataques.

Lara ZaramellaEstudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

sexta-feira 6 de agosto de 2021 | Edição do dia

Trabalhadores do Correios em mobilização e greve em outubro de 2020, em Brasília. Imagem: Reprodução.

Nesta quinta-feira, 05, foi aprovado na Câmara de Deputados o PL de Bolsonaro que ataca e privatiza a empresa estatal do Correios, deixando claro que em nome de favorecer e atender aos interesses de empresas multimilionárias imperialistas, bolsonaristas e opositores de ocasião se unificam, descarregando a crise sobre as costas da maioria trabalhadora.

A privatização do Correios, como viemos denunciando aqui no Esquerda Diário, é um ataque profundo que vende uma das principais empresas brasileiras a grandes capitalistas imperialistas, como Bezos da Amazon, maior bilionário do mundo, ou empresas de serviços de entregas como a Uber, e a Magazine Luiza.

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Esse ataque vai significar uma precarização do serviço e do trabalho dos ecetistas, demitindo e reduzindo seus salários, abrindo espaço para mais reformas e privatizações que atacam toda a classe trabalhadora, na medida em que o projeto neoliberal do governo Bolsonaro-Mourão e de todo o regime político tem sido aprovado sem grandes distúrbios e dificuldades.

Isso acontece por alguns motivos. Se por um lado vemos conflitos políticos entre os de cima, com fissuras e atritos entre os distintos poderes e setores deste regime, por outro lado a privatização do Correios é a exemplificação de que para aprovar determinados ataques, todos estão unidos. É um trabalho coordenado entre a burguesia, o governo Bolsonaro, todas as instituições do regime do golpe institucional em que as reformas e privatizações vêm aumentando, e o apoio da grande mídia.

Inclusive, deputados de partidos que vêm se colocando como oposição a Bolsonaro com declarações fervorosas em suas redes e mídias, como PSB e PDT, foram parte dos 286 votos a favor da privatização na Câmara.

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Não só isso, toda essa unidade em nome da privatização, conta também com a cumplicidade das burocracias sindicais que dirigem sindicatos e entidades dos trabalhadores e que, ao não organizarem nenhuma luta nem resistência à altura, são responsáveis pela aprovação deste grande ataque.

O PT e PCdoB, partidos que dirigem as maiores centrais sindicais do país, a CUT e CTB, respectivamente, votaram contra o PL com seus deputados na Câmara. Entretanto, não organizam os trabalhadores com espaços democráticos de discussão e deliberação, com assembleias e um plano de luta de unidade de todos os trabalhadores contra este brutal ataque e tantos outros que querem descarregar sobre nós.

E tudo isso no contexto de uma categoria que demonstrou forte disposição de luta e força. Os trabalhadores do Correios ano passado estiveram em greve por mais de um mês, em meio à pandemia, enfrentando o projeto neoliberal de privatização dessa empresa estatal e os ataques ao acordo coletivo, além também de se mobilizarem contra a falta de condições sanitárias e EPIs.

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É preciso retomar a moral da greve do Correios de 2020 e apostar na auto-organização em cada local de trabalho, para que os trabalhadores possam superar as burocracias de seus sindicatos, impondo a essas direções que se movimentem para organizar a luta, reverter esse ataque e outros tantos, demonstrando toda a força que a classe trabalhadora organizada tem para fazer os patrões, governos e imperialistas tremerem.

Os partidos de esquerda, como PSOL e PSTU que dirigem sindicatos e centrais como a CSP-Conlutas, assim como dirigem também entidades estudantis, precisam ser parte de batalhar urgentemente por um plano de luta dos trabalhadores, junto à juventude, que unifique todas as demandas frente a todos os ataques que têm sido descarregados, construindo um comitê nacional que organize uma greve geral que tenha a força de derrubar todo o plano neoliberal.

Em defesa de um Correios 100% estatal e sob controle dos trabalhadores, nossa luta é também pelo Fora Bolsonaro e Mourão, não tendo ilusão no impeachment que, não só coloca Mourão, um militar racista no poder, como também confia em instituições e partidos supostamente democráticos e de oposição que foram parte de aprovar a privatização do Correios, assim como de outras reformas e projetos de Lei que precarizam nosso trabalho e nossa vida.

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