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102 ANOS DO ASSASSINATO DE ROSA LUXEMBURGO | Para a nova geração de mulheres Rosa Luxemburgo é nosso maior exemplo

No dia que completa 102 do assassinato de Rosa Luxemburgo, publicamos a declaração de Diana Assunção, dirigente do MRT, que ministrou o curso "O marxismo de Rosa Luxemburgo" no campus virtual do Esquerda Diário.

Diana AssunçãoSão Paulo | @dianaassuncaoED

sexta-feira 15 de janeiro de 2021 | Edição do dia

Hoje se completam 102 anos do assassinato de Rosa Luxemburgo e seu camarada Karl Liebknecht pela polícia da social democracia alemã. Uma data para homenagear mais uma vez a maior dirigente socialista mulher da história do movimento operário internacional. Agradecer a ela por sua vida e por sua fibra que são um exemplo pra toda geração feminista que vimos se levantar nos últimos anos mas também para todos os homens.

Isso porque enfrentou as adversidades de ser mulher em um ambiente altamente masculino. Os preconceitos por ser judia na Polônia e imigrante na Alemanha. Porque sempre colocou como objetivo de sua vida nunca a busca de um amor pra vida toda como o capitalismo e o patriarcado querem nos impor e sim a batalha enérgica pra destruir o sistema capitalista e construir um mundo novo. É nela que eu me espelho pra minha vida inteira, essa grande dirigente que foi parte do mesmo marxismo de Lenin e Trótski.

Passando seu terceiro Natal atrás das grades mandou uma carta para uma amiga dizendo que não se podia abaixar a cabeça e deixar de ver a alegria da vida, já que para ela "a revolução é fantástica e todo o resto é besteira". E mesmo assim ela gostava de botânica e de analisar os passarinhos. E todos os seus embates políticos e luta implacáveis contra o revisionismo e o oportunismo nunca deixaram secundarizar em sua vida um dos maiores valores que sempre carregou que foi a construção de relações profundas de amizade entre as mulheres dando um golpe de morte ao patriarcado. Com Clara Zetkin, sua mais importante amiga, dividiu os maiores sofrimentos da luta política chegando ambas a beira do suicídio com a traição da social democracia diante da Primeira Guerra Mundial. Das dores do coração até cada uma das lutas politicas ela sempre foi intensa, enérgica e de uma fibra impressionante.

Veja também: Curso completo sobre Rosa Luxemburgo com Diana Assunção

O internacionalismo, foi, sem dúvidas, sua maior marca por isso sempre digo aos stalinistas de plantão a memorável frase de Trótski "tirem as mãos de Rosa Luxemburgo". Por isso também em homenagem a Rosa Luxemburgo e seu grande parceiro Karl Liebknetch, Leon Trótski escreveu:

“[…] eles já não estão mais em nosso mundo, mas seguem entre nós; viveremos e lutaremos animados pelas suas ideias, sob influência de sua grandeza moral, e juramos que se chegar nossa hora morreremos de pé frente ao inimigo, como vocês morreram, Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht”.

A história e a luta de Rosa nos inspiram a seguir de pé ante o inimigo: tanto às novas gerações, que precisam resistir à crise capitalista internacional sempre disposta a descarregar suas mazelas em nossas costas, como a toda a classe trabalhadora que carrega em si o poder social de ser a classe revolucionária de nossa época.

Imagino o efeito que teria, para milhares de mulheres e meninas de todo o mundo que agora se levantam como uma força imparável contra o patriarcado, como vimos na Argentina com a recente maré verde legalizando o aborto, saber que Rosa ainda era uma adolescente quando se uniu ao movimento revolucionário clandestino na Polônia. Para nós revolucionários e revolucionárias de hoje sua força, seu vigor e sua batalha incessante contra o revisionismo e o oportunismo são fonte de inspiração e aprendizado permanente, inclusive através de seus erros.

Por tudo isso a maior homenagem que podemos seguir fazendo todo 15 de janeiro é batalhar para fazer viva a obra de Rosa Luxemburgo, para que as lutas da nossa época se conectem com a única estratégia capaz de nos libertar verdadeiramente, a estratégia da revolução operária e socialista da qual Rosa foi uma das grandes expoentes em nossa história. Nas palavras de Clara Zetkin uma de suas grandes amigas da vida toda, que sempre esteve ao seu lado nos momentos difíceis da sua vida:

A ideia socialista foi para Rosa Luxemburgo uma poderosa paixão – da mente e do coração – que dominava tudo, uma paixão que se consumia e se materializava criativamente. Preparar a revolução que abria o caminho para o socialismo foi a missão e a grande ambição da vida dessa mulher rara. Viver a revolução, participar de suas batalhas, era a felicidade suprema que lhe acenava. Com força de vontade, abnegação e dedicação tais que palavras não conseguem expressar, Rosa Luxemburgo empenhou ao socialismo tudo o que ela era, tudo o que levava dentro de si. Ela ofereceu a si mesma em sacrifício a ele, não só com sua morte, mas a cada dia, a cada hora de um trabalho e de uma luta de muitos anos. Por isso podia exigir dos demais que também se entregassem totalmente, sua vida inclusive, pela causa do socialismo. Ela foi a espada, a chama da revolução, e seu nome ficará gravado nos séculos como o de uma das mais grandiosas e célebres figuras do socialismo internacional.

Que as novas gerações tenham em Rosa Luxemburgo uma fonte de energia revolucionária para lutar pelo nosso grande sonho, pela revolução operária e socialista, e para sermos desde já um embrião do novo homem e da nova mulher comunistas, essa sociedade sem opressão e exploração pela qual tanto lutamos.




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