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O bloco foi inspirado nas mulheres indianas que se vestiam de rosa e se organizavam contra os estupros coletivos e os casos absurdos de violência a que estavam submetidas em seu país.

terça-feira 25 de agosto de 2015 | 13:35

Foto de Anais Goedert

O grupo de mulheres Pão e Rosas esteve presente no ato contra os estupros e a violência às mulheres na USP. O bloco foi inspirado nas mulheres indianas que se vestiam de rosa e se organizavam contra os estupros coletivos e os casos absurdos de violência a que estavam submetidas em seu país.

As militantes do Pão e Rosas estavam presentes no ato com roupas e coletes rosa, além de rostos pintados. Flávia Toledo, estudante de Letras da USP declarou que "Muito mais que uma intervenção visual, a ideia era recuperar o espírito de luta dessas mulheres reivindicando a organização das mulheres como um primeiro passo para combater toda e qualquer forma de opressão. O ato foi muito forte, com mais de 400 mulheres o que contribui muito pro avanço da luta contra a violência na USP".

Foto de Liz Dórea

Odete Cristina, que também organizou o bloco e é estudante de Pedagogia da USP afirmou que na Índia, assim como no Brasil, formalmente as mulheres tem direitos iguais aos homens, contudo sabemos que essa igualdade perante a lei não se reflete em igualdade perante a vida. "Todos os escândalos de opressão cotidiana as mulheres, escancaradas pelos casos absurdos na Índia ou de estupros dentro da universidade, infelizmente fazem parte da realidade da vida de milhares de mulheres pelo mundo", completou.

Sobre o movimento, as organizadoras explicaram que o Pão e Rosas tem uma perspectiva revolucionária na luta contra a opressão as mulheres vinculada a classe trabalhadora. "Compreendemos que a luta pelo fim da violência as mulheres é uma luta que deve ser levada por todos os setores. Este ato foi um grande passo, mas é preciso ampliar nossa luta e organizar novas medidas que abarquem também os homens para tomar esta luta pra si, juntamente com as entidades e coletivos que atuam dentro da universidade. Não podemos transformar os espaços e ações apenas com mulheres em uma estratégia de luta, pois nossos inimigos são os governos, os patrões e os capitalistas em primeiro lugar e essa luta deve se dar em aliança com todos aqueles que são explorados e oprimidos por esse sistema", disse Jéssica Antunes, estudante de Letras da USP.

Flávia, Odete e Jéssica ressaltaram que esta semana estão na reta final da construção do Encontro de Mulheres e LGBT do Pão e Rosas. "Chamamos todas as companheiras mulheres e LGBT que se identificaram com o perfil do Pão e Rosas neste ato e em outros espaços que atuamos, todas companheiras que queiram debater e inclusive companheiras de outras correntes a participar do nosso Encontro de Mulheres e LGBT neste sábado pra construir um forte movimento revolucionário pelos nossos direitos e contra toda forma de opressão e exploração", finalizou Odete.




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