Primeira de uma série de panfletagens que serão feitas em diferentes plantas da JBS denunciam o descaso da maior empresa em faturamentos do Brasil com seus funcionários, os altos índices de acidentes de trabalho, o envolvimento com a Lava Jato e a injusta demissão de Andreia Pires.
sexta-feira 31 de julho de 2015 | 00:10
A Primeira panfletagem foi realizada na planta de Osasco, onde Andreia Pires trabalhou durante quase três anos, até ser demitida por justa causa quando organizava abaixo assinado contra a cobrança de refeições antes gratuitas, mesmo tendo estabilidade da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Foi nessa mesma planta que há menos de um mês um trabalhador sofreu um grave acidente chegando ter um dos dedos parcialmente amputado.
“A panfletagem foi muito boa, reencontrei vários amigos e companheiros de trabalho, conversamos com muitas pessoas e todos que pararam para conversar me deram muita força para continuar nesta luta porque é a realidade de muitas trabalhadoras como eu. Isso me ajuda a seguir forte nesta campanha” comentou Andreia para o Esquerda Diário.
Além da demissão injusta de Andreia, o Boletim Nossa Classe também denuncia as maracutaias e escândalos de corrupção que escancaram o envolvimento da JBS na Operação Lava Jato e o financiamento de campanhas eleitorais de candidatos à presidência de 2014. Enquanto isso, crescem os acidentes e a precarização do trabalho que asseguram o lucro dos patrões da carne.
“É muito entusiasmante para a juventude estar ao lado de mulheres lutadoras como a Andreia , na universidade batalhamos para construir uma juventude aliada aos trabalhadores e suas lutas em um momento em que o governo e os patrões atacam os atacam com ajuste fiscal, demissões e agora o Programa de Proteção ao Emprego. Além disso não vamos aceitar de cabeça baixa essa injustiça, pois a luta era por algo muito legítimo, para que não avançasse a exploração.” diz Jéssica Antunes, estudante de Letras da USP e do grupo de mulheres Pão e Rosas.
A trabalhadora USP e também integrante do Pão e Rosas Patrícia Galvão disse que “É muito importante que as mulheres trabalhadoras de outras categorias se somem a esta campanha, a companheira Andreia é uma mostra da força que as mulheres trabalhadoras tem quando lutam e por isso eu e outras companheiras integrantes da Secretaria de Mulheres do SINTUSP estamos tomando a frente desta campanha. No encontro de mulheres e LGBT´s do Pão e Rosas no dia 29 de Agosto faremos um chamado a que outros trabalhadores se somem a esta campanha e a que lutem contra a precarização do trabalho e a ditadura patronal de empresas como a JBS”
Além da planta de Osasco, as panfletagens se seguirão por outras unidades de São Paulo e cidades próximas “Essa é só a primeira de muitas que faremos nessas próximas semanas e é importante pra continuar denunciando o que essa empresa faz com o trabalhador e que esse descaso não é só da JBS de Osasco, mas de todas as unidades da JBS. O encontro do dia 29 é pra que as mulheres e LGBT´s estejam mais fortes e organizadas pra lutar” completa Andreia.
