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Greve dos Garis | Paes contrata terceirizados e muda escala para reprimir greve na Comlurb

Temendo os impactos da greve dos garis que começará às 00:00 de segunda-feira (28) e com intuito de desmobilizar a categoria e enfraquecer a greve, Eduardo Paes e a Comlurb querem terceirizar a coleta de resíduos e já mudaram a escala do final de semana.

domingo 27 de março de 2022 | Edição do dia

Foto: Eduardo Paes e o Presidente da Comlurb, Luciano Moreira

Os garis da Comlurb declararam greve na última quarta-feira (23/03), rejeitando a proposta ridícula de um reajuste de somente 2,35% do salário. Estes trabalhadores estão com o salário congelado desde 2019: frente a inflação e o aumento do preço da gasolina, dos alimentos e do custo de vida em geral, a proposta da Prefeitura está longe de suprir as necessidades da categoria. A greve foi marcada para começar às 0h de domingo para segunda.

Para reprimir essa greve, a justiça já ficou ao lado de Paes e da Comlurb, decretando a ilegalidade em uma absurda medida anti-sindical, antes mesmo da greve iniciar. Junto à essa medida autoritária da justiça, a Comlurb ainda assim tomou outras medidas contra o direito de greve do trabalhador: suspendeu as folgas, determinou plantões no final de semana e adiantou o turno da 0h para as 20h do dia anterior, tentando de toda maneira acuar a categoria. Além disso, a Comlurb já liberou verba para contratar terceirizados para trabalhar na coleta.

Segundo fontes da categoria, diante da greve, a Prefeitura e a Comlurb querem contratar ao menos 1500 terceirizados para fazer o serviço de coleta de resíduos. A intenção da prefeitura é terceirizar a coleta de resíduos para além da greve, assim como já fizeram com o motorista dos caminhões. A coleta de resíduos é um trabalho com alto risco de insalubridade, necessitando de um treinamento qualificado, bem diferente do que a prefeitura quer fazer ao colocar 1 gari para ensinar 3 terceirizados durante o horário de serviço. A Prefeitura de Eduardo Paes que tem o costume de terceirizar serviços e precarizar os vínculos de trabalhos, busca esta solução tanto para desmobilizar a categoria e enfraquecer a greve quanto por temer os impactos da paralisação desta categoria tão importante.

Ao longo da pandemia, os garis trabalharam sem os equipamentos adequados em absurda negligência por parte da Prefeitura de Paes e da Comlurb. Além disso, o plano de saúde foi trocado por um de pior qualidade sem aviso prévio, o que gerou uma série de manifestações, que infelizmente foram enfraquecidas pelo sindicato. Este acúmulo de ataques, somado à proposta ridícula de reajuste, explicam a greve e a disposição de luta desta categoria.

Os garis representam no Rio de Janeiro uma categoria que, historicamente, batalhou para garantir os seus direitos e suas reivindicações por meio da luta, como na histórica greve de 2014 que paralisou a cidade por 8 dias, cercados de solidariedade de toda a população. Já na greve de 2019, conseguiram o último reajuste salarial da categoria, na contramão do que acontecia com a ampla maioria das categorias do Estado. Frente a este cenário, é papel de todos os trabalhadores, dos partidos de esquerda, das centrais sindicais e do movimento estudantil apoiar a luta desta categoria que se enfrenta com a patronal e com Paes.

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