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FRANÇA | Padre é degolado na França após ser feito refém por membros do Estado Islâmico

Um padre morreu degolado e outra pessoa está gravemente ferida após um ataque com captura de reféns numa igreja da Normandia (norte da França), na manhã desta terça-feira.

terça-feira 26 de julho de 2016 | Edição do dia

A polícia francesa matou os dois sequestradores que invadiram o templo armados com facas e mantiveram cinco pessoas sequestradas entre 10h e 11h (5h e 6h, pelo horário de Brasília). O presidente francês, François Hollande, confirmou que os dois terroristas gritaram que pertenciam ao Estado Islâmico (ISIS, na sigla em inglês). O Estado Islâmico "declarou guerra contra nós", advertiu Hollande, que alertou ainda que a "ameaça continua sendo muito elevada". O presidente, assim como fez nos dois atentados em 2015 e no massacre de Nice há algumas semanas, defendeu que o país "permaneça unido", em mensagem dirigida a "todos os franceses".

O pároco morto se chamava Jacques Hamel e tinha 84 anos, segundo informações do arcebispo de Rouen, Dominique Lebrun.

Segundo o jornal Le Parisien, os dois agressores chegaram à igreja de Saint Etienne du Rouvray, uma localidade rural perto de Rouen, a capital da Normandia, pouco antes das 10h, durante uma missa. Entraram pela porta traseira e a fecharam em seguida. Uma vez lá dentro, mantiveram o pároco, duas freiras e dois fiéis como reféns durante cerca de uma hora. Uma terceira freira conseguiu fugir e avisou as autoridades.

A polícia abateu os sequestradores quando estes saíram ao átrio da igreja. “Obviamente é um drama para a comunidade católica e cristã, uma situação dramática que enfrentamos novamente menos de duas semanas depois da tragédia de Nice”, afirmou Pierre-Henry Brandet, porta-voz do Ministério do Interior. Segundo fontes policiais citadas pelo jornal Le Figaro, um dos assaltantes "usava barba e cobria a cabeça com uma chachia", espécie de touca usada por muçulmanos.

Essas declarações do governo seguem deixando margem à equivalência entre a comunidade islâmica na França com os atentados abjetos e reacionários do Estado Islâmico, escondendo o verdadeiro drama das comunidades muçulmanas nas periferias do país, perseguida como nunca desde a instalação do estado de emergência, sofrendo com o desemprego, a militarização brutal dos bairros, o racismo institucional do Estado francês e com a falta de acesso aos serviços básicos de saúde e educação.

O novo ataque ocorre em pleno "alerta antiterrorista" na França, apenas 12 dias depois de um homem matar 84 pessoas ao atirar um caminhão sobre a multidão que comemorava o 4 de Julho, data nacional francesa, na cidade de Nice, num ataque reivindicado pelo Estado Islâmico. As igrejas católicas são consideradas um dos alvos prioritários para os jihadistas. Em abril de 2015, as autoridades já evitaram um ataque a uma delas na localidade de Villejuif, nos arredores de Paris. Um estudante franco-argelino de 24 anos, Ahmed Ghlam, foi detido antes de conseguir executar seu plano, mas teria matado uma jovem de 32 anos, Aurélie Châtelain, ao tentar roubar o carro dela durante a preparação do frustrado atentado.




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