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BANCÁRIOS | PSOL/Intersindical envergonham a categoria bancária no CONECEF

segunda-feira 20 de junho de 2016 | Edição do dia

No ano de 2015 o movimento teve um avanço histórico no congresso dos funcionários da CAIXA ao votar a extensão dos direitos dos trabalhadores efetivos aos trabalhadores terceirizados. Salário base, benefícios, PLR, direito a sindicalização nos organismos da categoria, todos elementos que atacam a terceirização e a precarização do trabalho, bem como fortaleceriam muito a luta dos bancários caso se realizasse. Erguer essa bandeira foi uma vitória da categoria na unidade de classe, e na necessidade de uma luta séria contra os patrões, sinalizando aos bancos em especial à CAIXA, que os bancários buscam derrubar a terceirização.

Nossa proposta por completo nunca foi essa. Nós defendemos o fim da terceirização com a incorporação ao quadro de efetivos, dos funcionários terceirizados que já estão executando as tarefas a eles atribuídas, com as mesmas condições de trabalho, direitos e salários. Defender o fim da terceirização não pode significar demissão para milhares de trabalhadores terceirizados. No entanto acreditamos que a proposta aprovada em 2015 já tinha sido um avanço importante. Não liquida a terceirização, mas fortalece o movimento, ao colocar condições dignas mínimas aos trabalhadores terceirizados.

Infelizmente no ano de 2016, mesmo em meio a toda propaganda da direita golpista e dos setores mais reacionários da sociedade para aprofundar a terceirização no país, o PSOL-Intersindical defendeu a exclusão dessa bandeira do movimento. Na figura da diretora do sindicato do Espírito Santo, Rita Lima, afirmaram que essa proposta é a liquidação do concurso público e deveria, neste ano de 2016, ser retirada das pauta do movimento. Acontece que, quando a Caixa terceiriza, é ela própria quem burla o concurso público, pois contrata trabalhadores por meio das mafiosas empresas terceirizadas. E o que defendemos é exatamente a reparação deste erro sem virar as costas pra estes trabalhadores precarizados, que já demonstram no dia a dia serem capazes de ocupar os postos que ocupam.

Num afã oportunista de ganhar apoio da subjetividade mais atrasada da categoria, mais corporativa, defenderam calorosamente a exclusão deste ponto, buscando ganhar espaço entre os delegados que são influenciados pela Articulação Bancária (CUT).

Infelizmente apenas os companheiros da CONLUTAS votaram conosco pela manutenção do texto que estende os direitos dos efetivos aos terceirizados. A Articulação Bancária/CUT votou junto com a proposta de retirada do texto da pauta de negociação, defendida pelo PSOL/Intersindical. No entanto, essa votação foi tão vergonhosa e anti-trabalhadores, que a principal figura da Articulação na CAIXA, Dionísio Reis, utilizando-se de todo seu oportunismo, se absteve e declarou seu voto dizendo que de fato a luta contra terceirização estava no centro das preocupações da ArtBan/CUT, e que esse era um debate fundamental para se aprofundar.

Porém, quando o PSOL/Intersindical se prestou ao trabalho sujo de propor a retirada deste ponto, seguido na votação em peso pela Articulação/CUT e pela CTB, fica bem claro que não há preocupação séria com o combate à terceirização e muito menos com os trabalhadores terceirizados. Isso fica ainda mais flagrante quando é a própria direção do Sindicato de São Paulo (formada pela Articulação/CUT, CTB e Intersindical/PSOL) que contrata a mesma empresa terceirizada que a Caixa para fazer a limpeza dos espaços do nosso sindicato. Ou seja, é no mínimo hipócrita o discurso de preocupação com os milhares de trabalhadores terceirizados que são humilhados cotidianamente, com condições de trabalho absurdas dentro da CAIXA.

Lamentamos muito esse retrocesso na categoria, mas não deixaremos de lutar por essa demanda um segundo, até conseguirmos vencer esses burocratas, barrar a terceirização, efetivar esses funcionários e fortalecer a aliança de classe na categoria bancária.




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