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PSDB | PSDB, agora sem Cunha, abre diálogo com governo Dilma

Pressionado por setores do mercado financeiro e por parte de seu eleitorado, o PSDB vai "abrir uma janela de negociação" com o governo federal em torno de projetos considerados vitais pelo Planalto para evitar o aprofundamento da crise econômica.

Adriano FavarinMembro do Conselho Diretor de Base do Sintusp

sexta-feira 13 de novembro de 2015 | 00:00

Essa guinada para uma interlocução com o governo acontece concomitante ao rompimento da bancada tucana com o Presidente da Câmara Eduardo Cunha. Iniciada a partir da discussão sobre qual seria o aumento da fatia de recursos do Orçamento que poderia ser remanejado livremente pelo governo – a Desvinculação de Receitas da União (DRU) –, a cúpula tucana espera que o partido vote em peso pela manutenção dos vetos da presidente à chamada pauta-bomba no Congresso.

Esse giro do PSDB em diálogo com o Planalto se combina com a atual localização que o seu ex-principal aliado se encontra. Cunha, enlameado até o pescoço com o escândalo de contas na Suiça e sofrendo um rechaço massivo pelas suas posições reacionárias, é cada vez mais visto com o mesmo desprestígio do PT e, portanto, menos possível para o PSDB aparecer ligado a sua figura.

Ao mesmo tempo, com o fim do ano se aproximando se faz ainda mais urgente para a burguesia a aprovação do pacote de ajustes econômicos e cortes sociais para amnter sua taxa de lucro em cima da maior exploração do trabalho. Há um mês e meio, em entrevista para a Folha, Fernando Henrique Cardoso disse que o PSDB se dividia “entre a sua responsabilidade histórica frente ao país (leia-se: burguesia do país) e o sentimento momentâneo de que quem sabe fosse o momento de aumentar as dificuldades do governo.”

Parece que os setores do mercado financeiro e industrial impuseram ao PSDB sua “responsabilidade histórica” com a burguesia nacional e a necessidade da estabilidade política no país para a plicação dos ajustes. Ao mesmo tempo, o alto nível de desgaste do Cunha começa a prejudicar a imagem dos tucanos que, se distanciando deste, deixam unicamente sobre o colo do governo Dilma e do PT a contradição de manter um inescrupuloso pacto com figura tão rechaçada e reacionária na política nacional.




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