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RIO DE JANEIRO | PM “tem dificuldade” para sair do quartel, diferente de ontem reprimindo servidores

sexta-feira 10 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

Alguns canais de televisão têm noticiado que a Polícia Militar do Rio de Janeiro tem tido dificuldades de sair de alguns batalhões, mas nenhuma dificuldade houve no dia de ontem, quando os servidores e trabalhadores da CEDAE foram brutalmente reprimidos por esta polícia de Pezão, que usou todo tipo de munição, inclusive letal, para reprimir a manifestação contra a privatização da CEDAE. Esta “dificuldade” de hoje se deve ao fato de que supostos familiares dos policiais estariam nas portas dos batalhões, inspirados na reacionária greve policial do Espírito Santo que já deixou 121 pessoas mortas até agora.

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Esta mesma polícia, que está no calendário de pagamento do Pezão, ao contrário de todos outros servidores do Estado como dissemos aqui, diz precisar de melhores condições para trabalhar. Ontem os servidores viram o que são estas melhores condições: o Caveirão de última geração, as motos, as munições perfurantes de borracha e até balas letais atiradas na manifestação. Ninguém foi poupado, atiraram até em quem estava caído. Mesmas condições, aliás, de reprimir os trabalhadores e o povo pobre e os negros na favela.

Nos últimos meses houve um importante debate entre trabalhadores e jovens sobre a participação dos policiais nas manifestações. Muitos que argumentavam favoravelmente diziam que isso ajudaria a impedir que reprimissem em futuras manifestações. Argumentávamos que não. Ontem foi a prova definitiva sobre como não é possível tratar a polícia como aliada de nosso movimento.

Voltando ao impedimento dos PMs saírem dos quartéis. Aliás, nunca na televisão veremos um espaço tão grande para a cobertura uma manifestação de familiares como deveria ser com as mães de jovens negros assassinados pela polícia todos os dias, polícia esta que “confunde” saco de pipoca com armamento, ou para quem não entendeu: julga e executa pela cor da pele. Assim como mal se viu noticiar o jovem rapaz que lutava ao lado dos servidores e teve o estomago perfurado por balas de borracha dura e perfurante.

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Os servidores nada têm a ganhar com esta greve dos aliados de Pezão. Não foi à toa que Pezão os pagou com tudo o que tinha, concedendo ainda o aumento retroativo de 2014 enquanto veta todos os aumentos ao resto do funcionalismo: é que todo governo anti trabalhador e anti popular precisa de um cão de guarda para se proteger. A polícia estava lá para impedir que os trabalhadores da CEDAE e os servidores do estado impedissem a votação do pacote, esta é a sua única função, e por isso não são parte da classe trabalhadora. Melhores condições para os policiais são melhores condições para o “mandato cassado” de Pezão se proteger enquanto impõe ataques contra todo o povo, querendo privatizar a água, impor teto de gastos nos serviços públicos por 10 anos igual à PEC 241 de Temer, e dobrando a contribuição previdenciária do servidores.

Imagens de feridos no ato de ontem contra a privatização da CEDAE e o pacote de Pezão.

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Nós do Esquerda Diário confiamos que a única saída para a crise do estado do RJ deve ser dada pela classe trabalhadora, e que a greve dos policiais não deve ser apoiada de maneira nenhuma, porque são melhores condições para exercerem seu único papel social: nos reprimir e proteger o governo.

Confiamos na imensa força social que se expressou nos 1,2 milhões de votos em Freixo, na força da classe trabalhadora organizada de maneira independente para barrar este pacote de maldades e impor o fim do privilégio dos políticos, o não pagamento da dívida pública e a taxação das grandes fortunas, das grandes empresas que prosperaram em tanto tempo de Cabral e Pezão. Por isso chamamos Freixo a encabeçar uma imensa manifestação contra violência do pacote de Pezão e a violência de sua PM contra os manifestantes

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