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VIOLÊNCIA RACISTA | PM de Dória utiliza "favela" como alvo em treinamento

As imagens, postadas na página do Facebook do Batalhão de Ações Especiais de Polícia de São José do Rio Preto, mostram PMs do 9° Baep atirando contra alvos com a inscrição "favela". Um dos PMs atira a queima roupa. As fotos são uma demonstração cabal da vocação racista, elitista e sanguinária da polícia militar, especialmente no governo de João Dória.

quinta-feira 17 de outubro de 2019 | Edição do dia

Imagens postadas esta semana no Facebook do 9° Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) mostram PMs participando de um treinamento, no qual condições "reais" são simuladas para a prática de tiro dos policiais. Na chamada "pista" tapumes dispostos em um campo formam o cenário de treino. No central, no qual a palavra "favela" está pintada em grandes letras brancas, um policial é visto atirando a queima roupa, enquanto ouve instruções de um oficial.

O Baep é uma agrupação da PM que funciona como a ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) no interior do Estado. A expansão dos Baeps, criados em 2014 pelo PSDBista Geraldo Alckmin, é parte das promessas de campanha de João Dória, que já abriu seis novas unidades desde o início do ano, dentre elas o 9° batalhão - de São José do Rio Preto - que recentemente, em um espaço de dez dias assassinou pelo menos 10 pessoas em ações polícias, todos em comunidades.

A reportagem do portal Ponte entrou em contato com Débora Maria da Silva, das Mães de Maio, que teve a dizer “é a política do ódio, de ter ódio do outro, da pobreza. Está faltando humanidade. E a dita sociedade ‘do bem’ aplaude isso. Se eles ouvissem e dessem oportunidade para a periferia, saberiam que a solução para isso tá na periferia. Na quebrada não tem só quem pratica ato ilícito, muito pelo contrário. Eles acham que o inimigo está ali, mas não está. O inimigo está na falta de acesso, que deixa a juventude sem sonho. A gente tem visto o futuro do brasil dentro do cemitério e dos presídios”.

O método de treinamento é uma demonstração clara do que é o objetivo expresso da polícia militar, e de para quê seus oficiais são treinados: criminalizar a pobreza. A polícia militar paulista, com seu histórico sanguinário e racista, acumulando tragédias humanas como a massacre de Carandiru é cujos índices de letalidade cresceram enormemente, em níveis recorde, sob a gestão de João Dória, é treinada para se ver como um exército, com o objetivo de invadir a favela atirando e matar em grandes números o povo pobre e negro. Trata-se de uma política deliberada de Estado de repressão da pobreza a miséria social criadas pela crise capitalista, enquanto mantém subjulgada a classe trabalhadora, hiper explorada e precarizada para pagar com seu suor e sangue a crise dos ricos, não importando, para isso, o custo em vidas humanas.

Segundo texto no site do governo do Estado de SP, manifestando a intenção do governo de inaugurar 22 unidades da Baep em todo o estado, “as unidades especializadas foram criadas para combater o crime de maneira mais ostensiva em todo o Estado, já que as equipes atuam de forma semelhante aos padrões do policiamento de Choque”. A referência ao assassino departamento de polícia do Rio comumente envolvido com chacinas do Estado e manifestamente formado para reprimir o direito de manifestação não é por acaso. Já atualmente a PM Paulista é responsável por um terço dos assassinatos no Estado.




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