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LETALIDADE POLICIAL | PM de Dória mata mais em plena pandemia

Em São Paulo, já são mais de dois casos registrados por dia, o número de pessoas mortas em ações da Polícia Militar, exibindo mais uma vez a violência racista, intrínseca a essa instituição. Dado que subiu mais uma vez no mês de maio, durante a pandemia.

quarta-feira 1º de julho de 2020 | Edição do dia

Imagem: Walace Lara da TV Globo

Houve 71 mortes decorrentes de intervenção policial no mês, ou 6% a mais do que no mesmo período de 2019, segundo dados oficiais, quando São Paulo havia contabilizado 67 ocorrências. Em abril, a letalidade da PM de São Paulo já havia atingido patamar recorde para os primeiros quatro meses do ano. A maior parte dos casos entre janeiro e maio aconteceu na capital, em bairros mais pobres, na periferia. Só nessa segunda-feira (29), a PM assassina e racista de Doria matou 3 jovens negros em Embu Guaçu, de acordo com as testemunhas, os garotos estavam reunidos na rua, conversando em volta de uma fogueira, quando foram assassinados. Mais duas pessoas ficaram feridas, uma delas, em estado grave.

Se para Doria, os casos estariam subindo "porque, as ruas estão mais vazias, as viaturas levariam menos tempo para atender as ocorrências, aumentando assim o risco de confronto", nós não temos dúvidas de que o aumento dessa violência está diretamente relacionado com a possibilidade de surgirem processos de luta em resposta ao aprofundamento da crise capitalista em curso, que tem desembocado em uma série de catastróficos efeitos sociais.

Seja nos EUA ou no Brasil: a polícia é racista e assassina. Com a explosão da luta antirracista nos Estados Unidos, desencadeada pelos efeitos da crise e pela violência policial que matou George Floyd, em Minneapolis, colocando em relevo, o choque inevitável entre as vidas negras e os interesses da propriedade capitalista, a polícia brasileira vem avançando ainda mais com sua violência racista para conter a população negra no Brasil, a maior fora do continente africano. A força das mobilizações estadunidenses, que questionam profundamente a instituição policial, apontando a necessidade de desmantelamento dessa, abre uma nova situação mundial que influencia outros países, no marco de estarem acontecendo no coração do imperialismo. Marcando então uma mudança profunda com o curso à esquerda da consciência das massas nos Estados Unidos dando origem a uma nova situação mundial, mobilizações que se expressaram em vários países, impondo a urgência de refletir estrategicamente a necessidade da luta pelo fim da instituição policial e contra o atual regime, que só tem a oferecer a miséria.

Pode te interessar: Que faria a esquerda brasileira que defende a polícia, se estivesse nos Estados Unidos?

É de fundamental importância o fortalecimento dos processos de mobilizações que acontecem ao redor do mundo. Como hoje, 01 de julho, que no Brasil e em diversos países, ocorre a paralisação internacional dos entregadores de aplicativo, setor da classe trabalhadora, composto majoritariamente por negros, vivendo cotidianamente os efeitos da precarização do trabalho e ausência de direitos. Precisamos estar ao lado desses trabalhadores que tem sido um dos mais expostos à pandemia e aos demais efeitos da crise capitalista e do racismo estrutural.

A classe trabalhadora é a única que pode pôr esse sistema de miséria racista abaixo, batalhando e construindo um outro mundo, que seja pleno de sentido, onde nossas crianças, nossa juventude negra e trabalhadores não morrerão pelas balas da polícia, pela fome ou por um vírus. Nós, do Esquerda Diário, rechaçamos a violência da polícia de João Doria: Doria é responsável pelo aumento das mortes de negros e pobres em meio à pandemia, pelo assassinato dos três jovens negros que tiveram seus sonhos interrompidos. As mobilizações de hoje são fundamentais e podem impulsionar um programa em resposta à crise política e sanitária atual que tem afetado, sobretudo, a população negra e trabalhadora, passando por lutar contra o regime atual, a partir da imposição de uma assembleia constituinte livre e soberana e também contra a racista instituição policial.




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