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Centrão | PL diz que se Bolsonaro não se filiar, diretórios podem apoiar outros candidatos em 2022

O PL, reacionário partido do centrão que vota 93% das vezes com Bolsonaro no Congresso os ataques à classe trabalhadora, vem tentando barganhar com o governo, dizendo que se Bolsonaro não se filiar ao partido, pode liberar diretórios estaduais na eleição de 2022 para apoiarem o candidato que quiserem, como por exemplo Lula, o que preocupa os ministros do governo, que defendem o ingresso de Bolsonaro na legenda. Para eles, a filiação de Bolsonaro ao PL inviabilizaria o apoio do partido a Lula na eleição do ano que vem. O PL já chegou a ser base aliada nos governos Lula, Dilma e Temer.

terça-feira 16 de novembro de 2021 | Edição do dia

Imagem: Agência Brasil

O presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, vem sinalizando a aliados do centrão que, se o presidente Bolsonaro não se filiar ao partido, pode liberar diretórios estaduais na eleição de 2022 para apoiarem o candidato que quiserem, como os de oposição ao governo.

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Com isso, fica clara a tentativa do PL de barganhar com o governo Bolsonaro. Em meio às articulações para levar o presidente a se filiar ao partido, Costa Neto tem dito a bolsonaristas que vai trabalhar para reduzir ao máximo o apoio do PL a palanques opositores a Bolsonaro. Mas, ao mesmo tempo, diz que não garante o mesmo empenho caso o presidente desfaça o “noivado” e desista de se filiar à legenda.

Assim, é possível que o PL tenha palanques regionais apoiando Bolsonaro, João Doria e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que segundo as pesquisas, é o único canditato capaz de vencer o atual presidente nas eleições em 2022.

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Vendo essa situação com preocupação, os ministros do governo defendem o ingresso do presidente na legenda. Para eles, o casamento entre Bolsonaro e PL inviabilizará o apoio do partido a Lula na eleição do ano que vem.

Bolsonaro, no entanto, recuou da filiação, por ora, alegando problemas em palanques estaduais, como o de São Paulo.

Nos bastidores, pesou também a repercussão negativa da aliança entre Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, que foi condenado no mensalão, que ocorreu durante o governo Lula.

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O PL, que já foi da base de apoio dos governos Lula, Dilma e Temer, é um partido da ordem com diversos membros envolvidos em casos de corrução desde quando se chamava PR (Partido Republicano). Hoje é a terceira maior força na Câmara com 43 Deputados (atrás apenas do PSL e do PT) e vota junto com Bolsonaro em 93% dos casos. Costa Neto, presidente do PL cumpriu pena pela condenação de 7 anos e 10 meses por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no caso do mensalão. Cumpriu apenas alguns meses de reclusão e depois ficou em prisão domiciliar até que em 2016 Luiz Roberto Barroso do STF perdoou a pena expedindo alvará de soltura.

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Esse é o tipo de partido que muda de nome para tentar desviar de sua imagem os escândalos de corrupção aos quais se envolve. O PL governou com o PT na época do mesalão e mudou de nome em 2006 para PR, assim como fizeram diversos partidos envolvidos no escândalo. Em 2019 no entanto, o partido volta a se chamar PL. , Partido Liberal, que segundo o deputado da legenda João Henrique Catan, na época, trata-se de uma mudança de nome discutida dentro do partido para se retornar às origens.

Embora os deputados do PL, como falamos, estiveram aliados ao governo em 93% dos projetos da Câmara, passando lado a lado reformas e privatizações que atacam os trabalhadores, o partido sente atritos vindos do Amazonas, Piauí e Alagoas. No Amazonas, por exemplo, a filiação do Bolsonaro deve isolar Marcelo Ramos (PL), deputado federal, que é vice-presidente da Câmara dos Deputados e tem se pintado como oposição de Bolsonaro no Congresso.

Bolsonaro está desde 2019 sem partido, quando rachou com o PSL. Fracassou no número de filiações quando tentou fundar o partido Aliança pelo Brasil, além de ter encontrado obstáculos para entrar em partidos como Republicanos ou Patriota.




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