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PCdoB | PCdoB começa campanha e promete ser amigo do "mercado", como já são de Maia e dos tucanos

sábado 11 de novembro de 2017 | Edição do dia

Foto: Rodrigo Maia como "convidado de honra" em Congresso do PCdoB.

Depois de apoiar Rodrigo Maia, promotor dos ataques aos trabalhadores na Presidência da Câmara, de convidá-lo como "convidado de honra" para o Congresso do partido, e também depois de ter se aliado ao PSDB no governo do Maranhão, o PCdoB em sua primeira declaração da pré-candidatura à presidência do PCdoB promete fidelidade ao "mercado" e dá mais uma amostra de que é um partido que quer manter a exploração dos capitalistas sobre os trabalhadores.

Na entrevista concedida ao Estadão, Manuela afirma que sua candidatura à Presidência é “para valer”, com segundo turno, e descarta a possibilidade de se lançar como vice do ex-presidente Lula, em caso deste conseguir candidatar-se.

Ao ser questionada se não acredita que Lula seja a melhor aposta como candidato, a ex-deputada afirma que acredita que o PCdoB tem condições de apresentar uma candidatura para conversar sobre uma “frente ampla” ao lado do PT, mas chama atenção principalmente a sua afirmação de que “essa frente ampla não é só com partidos de esquerda, mas com a sociedade”. Traduzindo: essa frente ampla, que avalia o PCdoB, abarca os velhos e calcificados partidos de direita mais reacionários e inimigos históricos dos trabalhadores.

Como afirmado pela própria Manuela na entrevista, "não há razão para o mercado se assustar com o PCdoB", pois seu partido vai procurar os setores econômicos vinculados à indústria nacional, ou seja, vai se aliar aos maiores empresários para pensar um programa político que atenda aos interesses da patronal.

Como se já não bastasse isso, a ex-deputada também tem o cinismo de afirmar que, apesar de seu partido caracterizar o ocorrido neste ano como um golpe institucional, acredita que “essa eleição é um momento de debate de futuro, não de passado”. Ou seja, mesmo reconhecendo que houve um golpe institucional, o PCdoB mostra que não aprendeu nada e encara isso como “um problema do passado”, e que o presente pede mais acordos com esta mesma direita golpista.

O PCdoB, assim como o PT, mostra mais uma vez sua capacidade de enganar e trair milhões de jovens e trabalhadores. Não se trata simplesmente de uma “memória curta”, se trata de um projeto político que se fortalece justamente ao dar espaço à direita e aos capitalistas, assim como fez o PT, que preparou terreno para um golpe institucional de uma ala da burguesia, e, por fim, tirou a infame “lição” de que farão ainda mais alianças com essa mesma direita (veja o exemplo do partido querendo aliar-se ao PSDB de Aécio Neves).

Se para o PCdoB lembrar do golpe é “se prender ao passado” e, para o PT, os golpistas merecem perdão (“Estou perdoando os golpistas que fizeram essa desgraça no país”, como afirmou Lula), para os trabalhadores o que fica é a certeza de que a conciliação com a direita, com os empresários e com os banqueiros é a receita perfeita para o fim dos nossos direitos e conquistas, que é exatamente o caminho pelo qual segue o PCdoB fortalecendo suas alianças com o Rodrigo Maia, o PSDB e agora o "mercado".

O que fica, para os trabalhadores, é a urgente necessidade de se construir uma alternativa política anticapitalista e independente do PT e do PCdoB, e que se enfrente brutalmente com a direita, como aponta o caminho a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FIT, na sigla em espanhol), na Argentina, e que com forte inserção na classe trabalhadora conquistou mais de 1,2 milhão de votos com um programa de absoluta independência de classe.




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