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FORA BOLSONARO E MOURÃO | Os sindicatos precisam chamar uma paralisação nacional para potencializar as ações de rua

Marcello Pablito Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.

sábado 29 de maio de 2021 | Edição do dia

Foto: The Guardian

Dezenas de milhares foram às ruas hoje em todo o país nas maiores manifestações ocorridas no país desde o início da pandemia, com atos em praticamente todas capitais, mas também em diversas cidades médias. Para citar alguns, foram milhares em Recife, outros milhares em Brasília, muitos no Rio de Janeiro, e o dia ainda não acabou, mais milhares de pessoas se concentram na Avenida Paulista em ato neste exato momento. Houveram atos em Natal, em Belo Horizonte foram cerca de 10 mil, mas também em cidades médias como Campinas, Campos dos Goytacazes, entre diversas outras, com participação expressiva da juventude, da educação, mas também de diversas categorias de trabalhadores, como foi em todo o país.

A juventude saiu às ruas, mas também diversas categorias de trabalhadores que já vinham protagonizando processos moleculares de resistência, como analisamos aqui, e ganhou um novo fôlego com a forte greve de metroviários de SP. Os atos de hoje são parte desse ânimo de massas que começa a apontar os limites da linha do “fica em casa” defendida por todas as instituições do regime supostamente para enfrentar a pandemia, mas que na realidade é para conter possíveis manifestações enquanto aumenta o número de mortes pela covid, o desemprego e a fome. Neste momento, Metroviários de São Paulo se concentram na manifestação convocada por uma maioria de jovens, estudantes e categorias ligadas à educação. A fagulha acesa pela juventude atrai os trabalhadores que estão sendo massacrados por essa pandemia, ficando no meio do caminho entre passar fome e morrer de covid-19, as duas opções dadas por Bolsonaro, Mourão, mas também pelo congresso, os governadores e o STF golpistas.

A chance é agora para que os sindicatos, as organizações dos trabalhadores, e as centrais sindicais, aproveitem para organizar os trabalhadores. Para derrotar todos os ataques, o chamado para um dia de paralisação nacional deve servir como eixo central para que os trabalhadores saiam em cena. É possível unificar todas as categorias, de metalúrgicos à entregadores, de garis à professores, se cada sindicato fizer sua obrigação: organizar os trabalhadores para lutar contra os ataques de Bolsonaro e Mourão, mas também dos governadores, do congresso golpista e do STF.

Leia também: 29M: Dezenas de milhares em todo o país tomam as ruas contra Bolsonaro

Bolsonaro e o congresso estão aproveitando a situação para passar ataques como leis de demissão em massa, reforma administrativa, privatizações da Eltrobras, dos Correios e entrega da Petrobras, só para mencionar alguns ataques, enquanto que a patronal ataca duramente com demissões e achatamento dos salários. Os trabalhadores estão pagando o preço da pandemia enquanto não há vacina, nossos parentes e entes queridos morrem enquanto Bolsonaro e os militares fazem piada.
A CPI da covid-19 virou um grande Big Brother Brasil aonde ninguém é eliminado, nem Bolsonaro, nem Mourão, ninguém é responsável pelas mais de 450 mil mortes frente aos senadores golpistas. Também não podemos botar fé num impeachment que permaneceu engavetado durante todo este período, e que se for levado adiante será para tirar Bolsonaro e colocar Mourão, trocando 6 por meia dúzia.

Por isso defendemos que o meio é a luta, propondo que os sindicatos chamem e organizem uma paralisação nacional. Para que a nossa luta não seja desviada, nós do Esquerda Diário viemos levantando o grito de Fora Bolsonaro, Mourão e os Militares! Nessa luta, podemos avançar em medidas de combate à pandemia como a vacinação para todos por via da quebra das patentes da indústria farmacêutica e produção em massa através da reconversão da indústria nacional para isso.

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