×

UNICAMP | Os estudantes de Ciências Sociais e História da Unicamp paralisarão no 29M

quinta-feira 28 de maio de 2015 | 03:11

Estudantes decidem em assembleia do Centro Acadêmico de Ciências Sociais e História paralisar as aulas no dia 29 de maio. O “29M” será um dia nacional de lutas contra o governo Dilma, sua PL4330 e as MPs 664 e 665.

Os estudantes de Ciências Sociais e História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) estarão com os trabalhadores da Unicamp na paralisação das atividades no dia 29 de maio. A discussão da assembleia buscou ligar a situação específica da universidade, diante dos cortes que ultrapassam os 80 milhões na Unicamp, aos ataques desferidos pelos governos do PSDB e PT a nível estadual e federal. Na Unicamp a reitoria apresentou seu “plano anti-crise” e já está atacando os trabalhadores e a população. O reitor e seus assessores congelaram as contratações de funcionários, estão chantageando os trabalhadores em sua campanha salarial, estão cortando água e energia, além da intensificação do descaso com a população que utiliza o serviço do hospital. O Hospital das Clínicas está passando pela maior lotação dos últimos 20 anos, o que se expressou na escandalosa falta de leitos na UTI pediátrica.

O acesso e a permanência estudantil também não terão espaço se depender dos planos da reitoria. O elitismo da universidade mostra sua profundidade no fato de não existir política de cotas étnico-raciais, neste ter sido o ano em sete com o menor número de ingressantes de escolas públicas. As políticas de permanência estudantil estão em colapso, com bolsas escassas (com a contrapartida do trabalho) e a moradia superlotada, além de blocos inteiros desabando e uma série de riscos como a fiação velha que só nesse ano estourou cerca de três vezes.

A luta contra o governo não pode deixar de questionar: onde está a crise da universidade? As contas são nebulosas e escondem os supersalários dos reitores e altos cargos administrativos, os pagamentos a empresas terceirizadas e os investimentos que priorizam os interesses dos grandes monopólios privados, como no recente acordo da Unicamp com a Airbus para fabricação de aviões e mão de obra especializada, para um empresa privada, ou seja, dinheiro publico que não retorna a população, mas sim a iniciativa privada.

Uma marca desse dia será a defesa incondicional dos direitos dos trabalhadores atacados pelo ajuste fiscal e os projetos da terceirização. À luta contra o PL4330 devemos somar a luta contra toda a terceirização, aprofundada nos últimos dez anos de governo do PT. A CUT e os parlamentares do PT discursam contra o PL, mas escondem que seus planos é manter a terceirização tal como está hoje, apenas não ampliar às atividades fim.

O CACH (centro academico de ciencias humanas) esta desde o começo do ano chamando debates e paralisações para debater qual saída para a juventude frente a crise do regime. E nesse sentido coloca a luta contra o governo como tarefa central, na ultima assembleia denunciou a gestão burocrática do DCE, dirigido pela UJS (juventude do PCdoB) que mesmo com greve de professores, cortes na Universidade não chama uma assembleia para organizar os estudantes, ignorou o chamado do CACH, mas por outra medida vem construindo as políticas do governo, de reforma política e na cidade de Campinas, sentando com o prefeito para pautar as "demandas da juventude", governo que aprovou um dos maiores ataques ao funcionalismo na cidade abrindo espaço para a privatização.

Esse exemplo é claro da política consciente das direções governistas tentarem barrar a luta estudantil e tentarem defender o governo, por isso a paralisação também tem o sentido de denunciar essa gestão e debater a necessidade de lutar contra o governismo dentro do movimento estudantil, que é um entrave a organização dos estudantes.

O instituto já paralisou pela triste experiência com uma trabalhadora de nosso instituto (ACESSO AO OUTRO TEXTO DA PARALISAÇÃO), que nos mostrou que a terceirização significa humilhação, acidentes e precarização. Por isso nossa luta é para que não tenha mais nenhum posto de trabalho terceirizado, que os milhares de trabalhadores colocados sob estas condições sejam efetivados, com todos os direitos garantidos e sem concurso.

Os estudantes decidiram então ligar a defesa de nossas demandas específicas, a luta contra o projeto de universidade que excluí a população, às lutas nacionais por educação e aos trabalhadores que se levantam em todo o país. Partindo do estado de São Paulo, a nossa paralisação também será em solidariedade ativa aos professores, que estão há mais de 70 dias numa dura greve contra o projeto de precarização da educação orquestrado pelo governador Geraldo Alckmin.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias