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POLÍCIA ASSASSINA | Operação "São Paulo, Tolerância Zero" coloca Rota nas periferias da cidade

Mais uma vez a Rota, uma das tropas mais assassinas da polícia militar de São Paulo, está agindo nas periferias da cidade. Dessa vez com efetivo "inédito" de 400 homens e 86 viaturas, na chamada Operação "São Paulo, Tolerância Zero".

quinta-feira 24 de agosto de 2017 | Edição do dia

Uma operação da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), o 1º Batalhão de Choque da Polícia Militar de São Paulo, terminou nesta quarta-feira, 23, com 25 pessoas presas, três adolescentes e três armas de fogo apreendidos, e cerca de 100 quilos de drogas localizados. Denominada assustadoramente como "São Paulo, Tolerância Zero", a mobilização envolveu um efetivo policial "inédito", segundo o próprio comando da tropa, com 400 homens e 86 viaturas.

Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o comandante da Rota, tenente-coronel Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo, negou que a operação tenha ocorrido a pedido do governo do Estado ou do comando da corporação, e afirmou que seu posto lhe confere essa autoridade. "O coronel Restivo (coronel Nivaldo Restivo, comandante-geral da Polícia Militar) me disse, quando me convidou para o posto, para pôr meu dinamismo no policiamento. Temos total liberdade para programar operações. Não houve influência nenhuma do governo do Estado", disse Mello Araújo na sede do batalhão, no centro da capital.

Nesta quarta, os integrantes das Rondas desenvolveram ações nas quatro regiões da cidade, além de atuarem em Carapicuíba e Itapecerica da Serra, na Grande SP. Para o comandante da Rota, a operação foi um "sucesso". Segundo ele "nas ruas, a população sentiu a nossa presença e bateu palmas. A operação superou as expectativas", avaliou.

Mas sabemos que não é assim que funciona. As familias nas regiões periféricas, morros e favelas temem a polícia e mais ainda seus destacamentos de maior truculencia, como a Rota, por conhecer sua maneira de agir, como fizeram na favela do moinho, ou quandoexecutaram pessoas rendidas, os exemplos da violência polícial são inúmeros, e a revolta da população também.

O próprio Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo afirmou que a abordagem policial deve ser diferente nos Jardins e na periferia, colocando em palavras a barbárie policial cotidiana cometida contra a população negra, pobre, e periférica da cidade.

A Rota ficou famosa Brasil afora pelo papel que cumpre em exterminar a juventude pobre e negra da periferia paulistana. Dados oficiais do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) denunciam que as mortes pelas mãos da Polícia Militar de São Paulo superam o número de homicídios na capital paulista. Assim fica explícita a função dessa instituição assassina, que está bem longe de ser a "proteção da população", mas serve para proteger a propriedade privada e os privilégios dos ricos, garantindo a manutenção da ordem e a contenção dos pobres à periferia, sem que se revoltem por viverem numa sociedade tão injusta e desigual.




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