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XIII Conferência | Oito chaves da Aliança do Pacífico e suas intenções para com o Mercosul e a Ásia

A possível expansão do bloco é a resposta às medidas protecionistas de Trump.

terça-feira 24 de julho de 2018 | Edição do dia

1. Na segunda-feira, 23 de julho, começou em Puerto Vallarta, Jalisco, a XIII Conferência do bloco que reúne Peru, Chile, Colômbia e México. Participaram também representantes de 55 países observadores. Sua agenda oficial é revisar os objetivos e desafios para a agenda de 2030. Ao mesmo tempo, busca avançar com a figura de um Estado associado, que se negocia com a Austrália, Nova Zelândia, Cingapura e Canadá e os governos do Equador e da Coreia do Sul que manifestaram interesse em se juntar ao bloco. Esta conferencia se da no marco da "guerra de tarifas" entre Trump e China.

2. Os quatro países que compõem a aliança possuem grande riqueza de recursos naturais, matérias-primas e concentram uma população de 225 milhões de pessoas que são em sua maioria jovens, uma mão de trabalho na qual avançou a precarização trabalhista que deixa milhões de lucros as transnacionais enriquecidas à custa dq que a classe trabalhadora deixe a vida para trás nas linhas de produção.

3. Diante das medidas protecionistas de Trump e de suas exigências de avançar na renegociação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), as classes dominantes de diferentes países buscam novos horizontes. "(Somos) uma alternativa que estamos dando ao mundo de quatro países associados que acreditam no livre comércio e que nos complementamos e que temos um enorme futuro na América Latina", disse Juan Pablo Castañón, presidente do Conselho de Coordenação Empresarial (CCE) do México.

4. Esse contexto, segundo analistas, coloca interessantes oportunidades para o blocoda Aliança, que reúne 71% dos projetos de investimento do setor automotivo; 58% dos têxteis e 57% da logística. Duas são as perspectivas de recrutamento de novos parceiros: a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e o Mercosul. Segundo a acadêmica Mary Carmen Peloche, do Tecnológico de Monterrey, os quatro países que hoje integram a conferencia podem alcançar mercados que os Estados Unidos tem descuidado durante o governo Trump.

5. Ildefonso Guajardo, Secretário de Economia do México, expressou que a participação dos países convidados para a Conferencia poderia levar à promoção de um amplo bloco comercial. "A Aliança do Pacífico deve, sem dúvida, repensar a estratégia de integração, praticidade e crescimento para o futuro, acredito que o que podemos ver no horizonte são os novos membros na América Latina", afirmou ele na inauguração do encontro de empresarios que tem lugar na Conferencia da Aliança do Pacífico.

6. Em particular, a aproximação entre Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Cingapura e a Aliança do Pacífico começaram na Conferência realizada em Cali (Colômbia) em junho de 2017. Os países candidatos estão entre os 11 países que negociaram o TPP, o acordo de livre comércio do qual os Estados Unidos se retiraram desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca.

7. Enrique Peña Nieto, presidente superior do México, na sessão plenária de encerramento do V Encontro Empresarial da Aliança do Pacífico, ressaltou o papel crucial das reformas estruturais - trabalho (precarização do trabalho), energia (leilão da estatal Petróleos Mexicanos e hidrocarbonetos) e educação (degradação dos currículos e ataque às condições de trabalho dos professores, organizados em um dos sindicatos com maior número de afiliados na América Latina).

Ao mesmo tempo, destacou a criação de Zonas Econômicas Especiais, um plano de industrialização e saque de recursos que se opõe às comunidades e povos indígenas porque implica a entrega de território ao capital privado, que também desfrutará de grandes benefícios fiscais.

8. Para esta terça-feira, 24 de julho, os presidentes dos países parceiros se reunirão com os presidentes dos países que compõem o Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai). A Aliança do Pacífico representa 30% do mercado do Mercosul, os países do Cone Sul representam menos de 5% para o bloco do México, Chile, Peru e Colômbia. Empresários e governadores negociam melhores condições para seu lucro. Enquanto isso, Puerto Vallarta se mantem blindada com o operativo do Exército mexicano e da Polícia Federal.

Com informações de El Financiero, El País, Expansión e Forbes




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