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ODEBRECHT | Odebrecht pagou milhões de propina em 12 países

quarta-feira 21 de dezembro de 2016 | Edição do dia

Segundo um documento do Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos divulgado nessa quarta, a empreiteira Odebrecht pagou aproximadamente US$ 788 milhões em propina, em 12 países, incluindo Brasil, Angola, Argentina, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela. O documento foi divulgado após o anúncio do acordo de leniência da Odebrecht e da Braskem com os Ministérios Públicos brasileiro, americano e suíço. O pagamento da propina é relativo a "mais de cem projetos".

Com o pagamento dos US$ 788 milhões em propina, a empresa recebeu benefícios de aproximadamente US$ 3,336 bilhões, em contratos de obras públicas, segundo os americanos. No câmbio atual, o valor corresponde a mais de R$ 11 bilhões.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a colaboração das empresas revela "vasto caso de corrupção, nacional e internacional".

Pelo acordo fechado nesta quarta, os procuradores explicaram que a Odebrecht concordou que a multa apropriada para encerrar as investigações de corrupção seria de US$ 4,5 bilhões, mas se declarou capaz de pagar ao redor de US$ 2,6 bilhões. Por isso, as autoridades dos EUA e do Brasil vão analisar a "incapacidade de pagamento" até 31 de março de 2017, com a sentença saindo até 17 de abril, de acordo com o comunicado.

O Brasil vai ficar com 80% da multa paga pela Odebrecht para encerrar investigações de corrupção, enquanto a Justiça norte-americana e a da Suíça vão ficar com 10% cada.

"A Odebrecht participou de um esquema de corrupção sem paralelos por mais de uma década", disse a procuradora assistente do DoJ, ressaltando que a construtora tinha até um departamento de propina. "Foi um acordo histórico, envolvendo duas companhias que fizeram pagamentos sistemáticos de centenas de milhões de dólares, em um esquema massivo para oficiais do governo ao redor do mundo."

Os procuradores afirmaram que cerca de 80 executivos vão ser processados criminalmente no Brasil em conexão com o esquema da Odebrecht. Os nomes, porém, ainda não foram revelados.

Esse documento do DoJ é divulgado no dia seguinte a que o juiz Sérgio Moro não apenas teceu elogios à Odebrecht, dizendo ser “louvável” a postura da empresa de prometer mudar suas práticas corruptas, como aceitou tirar da prisão dois de seus executivos ligados ao "departamento de propina", cumprindo a liberdade de executivos corruptos que atuaram em 12 países, mostrando mais uma vez que o que menos importa para a Operação Lava-Jato é o combate à corrupção.




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