terça-feira 20 de dezembro de 2016 | Edição do dia
De acordo com um levantamento feito pela Folha de São Paulo com base nas informações prestadas ao Ministério Público por Claúdio Melo Filho ex-vice presidente de relações institucionais da Odebrecht, a empresa se benéficiou de 8,4 bilhões com a aprovação de duas medidas provisórias de 2006 a 2015. A delação de Claúdio Melo Filho, mostra que o sucesso na votação de MPs envolveu o pagamento de R$ 16,9 milhões de propina a deputados e senadores, mas também doações para campanha eleitorais.
Ele também afirmou ter pago nove medidas provisórias aprovadas e convertida em lei. De acordo com a reportagem, a medida 255/2015 conhecida depois como a ’’Lei do Bem’’, onde a Odebrecht pleitou a isenção do PIS e Confis na compra de nafta para reduzir os custos operacionais da Braskem. De acordo com o balanço da empresa, naquele momento a nafta representava 76% dos custos.
O delator também afirma que o Senador Romero Jucá, atuou ativamente para que as emendas propostas pela Odebrecht fosse incluídas no texto final. Jucá usou sua força e conseguiu aprovar. Nesta ocasião, o presidente da Braskem previu que a empresa poderia gerar ganhos de 3,65% de crédito PIS e Confis com a compra de nafta. A reportagem da Folha aponta que com esse ganho, a empresa faturou R$ 408 milhões.
No período de 2006 a 2015, a empresa lucrou em torno 3,5 bilhões a 6,9 bilhões em valores atualizados.
Além deste episódio, outro ocorreu envolvendo a empresa e o Congresso Nacional. Melo Filho menciona na sua delação, a renovação de contratos da petroquimica com a Chesf, principal fornecedora de energia no Nordeste. Neste caso, inúmeras industrias pressionaram o Congresso para a aprovação de uma medida que previa a extensão do prazo do fornecimento de energia barata pelo Chesf.
De um lado, estas denúncias mostram que o Congresso Nacional é um verdadeiro balcão de negocios dos grandes empresários e banqueiros. O mesmo que hoje está articulando pra fazer com que os trabalhadores e demais setores populares da sociedade paguem pela atual crise que o país está passando. Por sua vez quando falamos de corrupção no Congresso Nacional, temos que lembrar que a Lava Jato não é saída pra combater a corrupção, pois o que é a turma de Sergio Moro quer é trocar o atual esquema de negociata espúrias, por outro onde empresas mais ligadas ao imperialismo e outros políticos possam participar.
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