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FORA TROPAS BRASILEIRAS DO HAITI! | ONU e Brasil prometem desocupar o Haiti e já planejam militarizar outro país

Após quase 13 anos da vergonhosa e violenta ocupação militar das tropas brasileiras e da ONU no Haiti, o Ministro da Defesa Raul Jungmann afirmou nesta segunda (13) que a "missão" estaria encerrada. Ele sinalizou que, depois de desocupar o Haiti, o governo brasileiro pretende assumir o comando de outra missão da ONU e ocupar militarmente outro país.

segunda-feira 13 de março de 2017 | Edição do dia

O governo brasileiro promete que a desocupação das tropas do Haiti deve ser decidida em abril ou maio, após quase 13 anos de absurdas ações do exército brasileiro naquele país. É um verdadeiro escândalo que Brasil, país que tem a maior população negra fora da África no mundo, mantenha a militarização do país que foi berço da primeira revolução negra da história, o primeiro a abolir a escravidão e que o fez pelas mãos da própria população negra.

A função das tropas brasileiras no Haiti em mais de uma década de ocupação foi de afogar em sangue a revolta do povo haitiano, com o aval do governo Lula (PT), que aceitou o convite da ONU em 2004. Em meio à fome e à miséria, a população haitiana se revoltava contra a opressão e exploração às quais estava submetida. Com o comando das tropas brasileiras, passou a sofrer com a violência e militarização da região que se mantêm até hoje, em nome da manutenção de regimes e governos que atendam aos interesses do imperialismo.

Cinicamente, o ministro Jungmann afirma que a "instabilidade política" que teria levado as tropas brasileiras ao Haiti já não é tão aguda. Após todos esses anos de militarização da região, o governo brasileiro se orgulha de ter imposto a suposta "paz" racista e imperialista da ONU, calando com violência e repressão a revolta da população haitiana, real motivação da presença das operações militares no país.

Do ano passado pra cá também foi vendida aos haitianos a ideia de que o "visto humanitária" garantiria a eles, castigados pela fome e pela pobreza, uma nova vida no Brasil. A "vida nova" oferecida na verdade é um vida longe de seu país e de suas famílias, uma vida de desemprego ou subempregos, superexploração, mais pobreza e precárias condições de subsistência, alojamento, saneamento e moradia. Além de serem tratados com desdém pelo governo brasileiro, o racismo e a xenofobia de setores da sociedade os colocam em situação ainda mais profunda de vulnerabilidade.

Retirando as tropas brasileiras do Haiti, o governo mira em outros alvos para seguir servindo de mantenedor dos interesses imperialistas da ONU às custas de repressão e violência a outros povos. Alguns dos países cogitados são Líbano, na Ásia, República Democrática do Congo, Libéria e Costa do Marfim, na África. Mais uma vez países oprimidos, onde a maioria da população é negra, estão na mira do exército brasileiro.

É necessário que trabalhadores brasileiros, haitianos e de todos os 16 países invadidos pelas tropas da ONU e do imperialismo lutem pelo direito de auto determinação destes povos. Fora tropas brasileiras do Haiti! Fora tropas da ONU de todos os países! As suas "missões de paz" são na verdade missões de violência e controle dos populações, para que sirvam aos interesses imperialistas.

É também necessário e urgente que os movimentos sociais, partidos e sindicatos de esquerda tomem junto aos imigrantes a luta em defesa do povo haitiano que vive no Brasil. Lutar para que recebam os mesmos salários e tenham os mesmos direitos dos trabalhadores brasileiros. Além disso, exigir que seja garantido não só o visto, mas condições de trabalho e moradia digna.




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