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SÃO JOSÉ DOS CAMPOS | O único meio de abrir a UNIVAP é a sua estatização sob controle dos trabalhadores e funcionários

terça-feira 7 de junho de 2016 | Edição do dia

Em entrevista ao site o Vale, o recém reeleito reitor da Universidade do Vale do Paraíba, Jair Cândido de Melo, 76 anos, diz querer consolidar em seu segundo mandato o processo de melhoria do ensino para que os moradores da Região Metropolitana do Vale do Paraíba ‘’se apropriem’’ ainda mais do que a instituição tem para oferecer. De acordo com o próprio reitor da universidade ‘’Já melhorou, mas gostaria que os moradores de São José e das demais cidades do Vale tivessem uma afetividade maior pela UNIVAP’’. Uma das medidas preteridas do reitor é expandir o numero de alunos de 4.500 para 8000.
Além de expandir o numero de vagas da universidade, de acordo com o próprio Jair Cândido de Melo o seu projeto de "abrir a universidade para a população do Vale do Paraíba" consiste em fazer convênios com empresas privadas e prestar serviços para a prefeitura. O reitor reeleito também está tomando outras medidas como o "Open Campus", que consiste abrir o campus universitário para pessoas que estão de fora.
Outras medidas para ampliar a ‘’interação’’ com a comunidade e para atrair novos alunos, a UNIVAP criou um programa chamado "Mão na Massa" que consiste abrir a universidade para jovens que não decidiram qual curso que irão fazer. Além disso, o reitor quer atrair uma grande empresa para funcionar como ancora do Parque Tecnológico da Instituição de ensino.

Uma universidade a serviço de quem?

Na verdade, as medidas que o reitor Jair Cândido de Melo está tomando na UNIVAP só mostra o seu caráter demagógico e limitado. Conforme da pra perceber em vários trechos de sua entrevista para o Vale Paraibano, por trás de seu discurso supostamente democrático, a intenção real de seu projeto é estreitar a relação da UNIVAP com as grandes empresas colocando o conhecimento que é produzido nesta universidade a serviço destes empresários.
O reitor Jair Cândido de Melo é incapaz de fazer qualquer mudança real na universidade, pois é peça chave para manter a UNIVAP privada que produz lucro para pouquíssimas pessoas, onde o conhecimento não está a serviço dos trabalhadores e do povo pobre, mas sim a serviço de grandes empresas. E como vivemos num momento de crise econômica capitalista no país, quem garante de que por trás de medidas ‘’democrática’’ não virão ataques contra os estudantes e trabalhadores da UNIVAP.
Achamos que a UNIVAP além de estar aberta para a população do Vale do Paraíba, ela tem que ser estatizada sob o controle dos três setores (professores, estudantes e trabalhadores) e o seu conhecimento tem que ser colocado a serviço dos trabalhadores e dos demais setores populares da sociedade. Quem conhece o campus do URBANOVA, sabe que a universidade tem bastante espaço e infra-estrutura pra colocar o conhecimento que é produzido dentro da universidade a serviço dos trabalhadores e dos demais setores populares da universidade.
Uma cidade que tem importância nacional como São José dos Campos, possui apenas a UNESP e UNIFESP de universidades publicas que oferecem poucos cursos na região. O restante das universidades de São José dos Campos como a UNIP, UNIVAP e agora a universidade Anhanguera são universidades privadas. A UNIVAP que foi a primeira universidade privada na cidade de São José dos Campos com os sucessivos aumentos de mensalidades, fez com que muitos dos alunos migrassem para a UNIP e a Anhanguera que se estabelecerem depois.
A Universidade do Vale do Paraíba já tem capacidade para 8000 mil vagas, pois sabemos que existem os freqüentes abandonos que existem na UNIVAP que fazem subir o número de 4000 mil vagas. Frente á necessidade do estudante de concluir o seu curso sem que ele precise que migre de universidade e também a necessidade da cidade ter uma universidade que ofereça cursos que não existem em São José dos Campos é a estatização da UNIVAP sob controle dos trabalhadores, professores e estudantes.
Quem faz a universidade acontecer não é o reitor e a burocracia acadêmica, muito menos as grandes empresas que estão atrás destes centros de ensino, mas sim os professores, funcionários e estudantes. São estes que conhecem o funcionamento da universidade, que sabem quais são os problemas dela e como resolver e principalmente sem não existir os três setores, o espaço universitário se transforma apenas num lugar físico.
Uma luta pela estatização das universidades sob controle dos trabalhadores, professores e estudantes esta ligada a luta pelo fim do vestibular. O reitor da UNIVAP promete aumentar o numero de vagas, porém este aumento não consegue dar resposta para o anseio de milhares de jovens da região que anseiam estar dentro de uma universidade.

É possível lutar por uma universidade publica sob o controle dos trabalhadores?

Saiu no site do O VALE falando que o ultimo IDH de São José tem bairros com índices de desenvolvimentos de países europeus de primeiro mundo e outros com indicadores iguais a nações como Iraque, Nicarágua e Guiana. A grande pergunta que devemos fazer é: O que está informação tem a haver com a UNIVAP?
Aqueles que se colocarão contra a estatização da UNIVAP certamente irão dizer que não tem dinheiro pra estatizar a universidade e que se isso acontecer quem vai pagar o ônus vai ser os trabalhadores e demais setores populares da sociedade. Nada mais falacioso, pois este dado mostra que se taxarmos os ricos da região, conseguiremos a estatização da UNIVAP, mas também outras demandas importe para região.
Não iremos conseguir a estatização sob controle dos três setores através de reitores que possuem um dialogo supostamente democrático, mas sim através da luta independente dos estudantes junto com os professores e funcionários. Para isso é necessário unificar com os setores populares fora da universidade, principalmente os trabalhadores que estão dentro das fabricas da região.




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