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28 DE MAIO: Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher | O trabalho na enfermagem

Relato de Sandra, técnica em enfermagem no Pronto Socorro Adulto do Hospital Universitário da USP, contando a rotina e as consequências na saúde dos enfermeiros, uma categoria majoritariamente feminina, e a importância da greve de 2014.

quinta-feira 28 de maio de 2015 | 05:30

O trabalho em hospital é um trabalho desgastante, a Enfermagem especificamente pela complexidade de lidar com o processo saúde-doença é apontada como sendo uma das profissões onde se identifica o elevado nível de estresse dos profissionais, relacionado a sua responsabilidade em lidar cotidianamente com seres humanos buscando restabelecer a sua saúde por meio de ações que lhes propiciem a melhoria de sua qualidade de vida.

Nós, profissionais de enfermagem no setor de urgência e emergência sabemos que quando um paciente chega temos que dispor de todos os conhecimentos e habilidades de forma a promover o atendimento eficiente frente às necessidades apresentadas pelo paciente, o que desencadeia momentos de grande atenção e responsabilidade, fisicamente temos destaca de adrenalina que nos faz ficar alerta e devido a sobrecarga de trabalho não podemos nos dar ao luxo do descanso que fisiologicamente deveria ocorrer a seguir. E essa situação que ocorre repetidas vezes se transforma em processo de doença física e emocional.

Nos tempos de profissionais escassos o que gera sobrecarga de trabalho, eleva o nível de stress e também o risco das doenças funcionais, como as LER ( ombro, coluna, braços, pescoço e joelho), as emocionais (depressão, síndrome do pânico).

Quando saímos de greve em 2014 tínhamos a necessidade de lutar contra o sucateamento do hospital, melhoria das condições de trabalho com contratações de mais profissionais e diminuição da carga horária de 36 para 30 horas semanais, e denunciar os abusos e assédio moral que já ocorriam trazendo malefícios e doenças emocionais para diversos colegas de trabalho.

Mas nenhum dos objetivos foi alcançado, mas conseguimos a organização e o despertar político de uma parte dos profissionais, nos dando condições de permanecermos unidos para lutar contra tudo isso.

Saúde não devia ser mas é mercadoria. Não temos condição de trabalho, os pacientes são tratados como números pelo governo e pelos administradores hospitalares, e nós como mão de obra barata e descartáveis.




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