Santiago MarimbondoSão Paulo
Fábio NunesVale do Paraíba
sexta-feira 24 de junho de 2016 | Edição do dia
Na quinta-feira passada (16/06) os operários e as operárias da autopeças Mecano Fabril (Osasco) votaram greve exigindo o pagamento imediato dos salários e dos direitos atrasados. É a quarta greve no ano devido ao atraso de salário. A empresa assumiu um discurso de crise financeira profunda para parcelar ou simplesmente não pagar os trabalhadores.
O Esquerda Diário, o movimento de trabalhadores Nossa Classe e a juventude Faísca acompanhamos ativamente estas greves denunciando os crimes cometidos pela Mecano contra os mais de cem trabalhadores muitas vezes obrigados à trabalhar de graça com a esperança de manter o emprego.
Ou o pouco que pode restar dele, pois existe muita incerteza no ar. Na assembléia realizada quarta-feira (22/06) na porta da fábrica o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região (filiado à Força Sindical) voltou a dizer que o patrão não tem dinheiro para pagar os salários e muito menos os direitos atrasados (PLR, abono, FGTS, etc).
Continua a greve porque quem trabalha de graça é relógio. Pagamento imediato! Mas o sindicato alertou que talvez seja necessário recorrer à Justiça pois existe um cenário muito forte de "falência" e possível fechamento da fábrica.
Há dois anos a Mecano vem degringolando, atrasa salário, não deposita o FGTS, deixa de comprar matéria-prima, atrasa pedidos, perde contratos com as montadoras, ou seja, existe um desmonte. Está falindo? Vai fechar?
Sindicato e trabalhadores precisam exigir que o patrão abra as contas da empresa e prove que realmente não tem dinheiro. Provada a falência ou a fraude, os operários devem ocupar a fábrica em defesa dos empregos, à exemplo das ocupações da Mabe, Mardel e Karmann Ghia. Ocupando devem lutar pela estatização da fábrica para que ela possa ser colocada em funcionamento sob controle dos trabalhadores, como mostramos aqui.
O patrão que pague pela crise! Sabemos que o proprietário da Mecano Fabril também é dono de outras empresas e fazendas no Paraná. Dinheiro ele tem e muito.
A abertura dos livros de contabilidade da empresa é um primeiro passo para esta greve conseguir impor uma derrota a patronal.
