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SECUNDARISTAS PELA EDUCAÇÃO | O governo quer restringir a formação da juventude e precarizar o trabalho do professor. Os secundaristas não vão permitir!

Os alunos junto com o grêmio da E.E. Helena Guerra pararam as aulas hoje, com apoio de professores, contra a reforma do Ensino Médio e os ataques à educação.

Flavia ValleProfessora, Minas Gerais

quinta-feira 29 de setembro de 2016 | Edição do dia

Hoje foi um dia muito importante para a educação em Contagem. Isso porque os alunos da E.E. Helena Guerra junto ao grêmio Margem Esquerda, com o apoio de professores, paralisaram as aulas para fazer uma assembléia e organizar a luta contra a reformulação do ensino médio, contra o escola sem partido e todos os outros ataques à educação do atual governo golpista de Michel Temer. Apesar da tentativa de impedir a paralisação por parte da inspetora, a assembleias aconteceram de manhã e de tarde e ambas lotaram o pátio da escola.

O atual governo quer transformar as escolas em instituições que apenas reproduzem e intensificam a estratificação social e a divisão do trabalho, criando uma separação ainda maior entre a formação geral e a formação técnica e profissionalizante. A proposta da MP 746/2016 retira a obrigatoriedade de matérias como sociologia, filosofia, educação físicas e artes do ensino médio, o que diretamente restringe ainda mais a formação da juventude e precariza ainda mais o trabalho dos professores.

Essa reforma acontece em meio ao contexto de avanço de projetos conservadores como o Escola Sem Partido - também repudiado pelos estudantes do Helena Guerra - que foi defendido pelo estuprador Alexandre Frota quando o MEC o recebeu para opinar sobre o futura da educação do país. Um verdadeiro absurdo, ainda mais quando a aprovação da reformulação do ensino médio se dá sem que os estudantes, professores e profissionais da educação pudessem opinar sobre.

Junto a isso, há projetos do governo golpista de aumentar o tempo de aposentadoria para quinze anos a mais de trabalho, sendo que uma professora teria que passar a trabalhar até os 65 anos. E para fechar com mais ataques à educação há ainda a PEC 241, que visa congelar os investimentos na educação por 20 anos, querendo simplesmente mudar o artigo da Constituição que determina a vinculação orçamentária para a educação, para estabelecer assim um teto para os investimentos, ao invés de um piso, como é hoje. E sabemos que investimento atual está muito aquém do necessário e, portanto, essa PEC irá precarizar ainda mais a já precária educação do país.

Sou candidata a vereadora em Contagem e coloco minha candidatura ao lado desses estudantes combativos e contra a reforma do ensino médio e todos os ataques à educação. Mas antes de candidata, sou também professora do Helena Guerra, atualmente licenciada para poder lançar minha candidatura, e estou morrendo de orgulho de toda essa juventude que toma a frente da luta em defesa da educação!

Os secundaristas do Helena Guerra mostraram que não vão permitir esses ataques à educação e estão dando o exemplo, se organizando desde a base, junto ao grêmio e chamando os outros grêmios e escolas a se somarem nessa luta. Seguiremos lutando, professores e estudantes lado a lado, por uma educação realmente livre, laica e a serviço dos trabalhadores!

Flavia Valle é candidata a vereadora do MRT pelo PSOL em Contagem. Seu número é 50000.




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