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OPINIAO | ‘’O golpe da direita’’ dos petistas e as lutas operárias que estão por vir

segunda-feira 21 de dezembro de 2015 | 11:43

Nos momentos de acirramento da historia da luta de classes, os setores mais moderados do movimento operário que estão a serviço dos interesses da burguesia sempre fizeram alianças com os setores mais reacionários e nunca levaram uma denuncia até o final quando estes se levantaram contra o seus respectivos governo ditos ‘’populares’’. Todos os governos da America Latina que sofreram golpes militares como no Chile e Brasil, os mesmos antes concederam importante concessões para os setores golpistas e não o combateram até o final

Desde de junho de 2013, todos os setores petistas vem fazendo uma campanha consciente de que estamos vivendo uma onda conservadora do país e que a direita esta organizando um outro golpe de estado no Brasil. Depois que entrou a discussão de impeachment da presidente Dilma, ainda mais que este pedido foi aceito pelo presidente da câmera Eduardo Cunha, a propaganda petista de que um possível ‘’golpe da direita’’ estaria batendo a porta se intensificou.

Apesar de que a situação nacional entrando elementos importantes como as manifestações de junho de 2013, a crise política e econômica, o crescimento das lutas e a situação internacional ter passado pela primavera árabe, as ocupações de praça na Espanha e as greves gerais não vivemos a mesma intensidade da luta de classes do século XX, cenário que se deu por exemplo o golpe de 1964. Se fizermos uma comparação do atual momento do país com na época do golpe militar veremos que tem inúmeras diferenças como a presença de um forte movimento camponês, importantes greves gerais no país, um racha na base do exercito brasileiro e internacionalmente a presença da URSS, o acontecimento de diversas revoluções como por exemplo ocorreu em Cuba.

A luz das experiências da historia luta de classe, a analise de que está em curso no Brasil um golpe de Estado é extremamente equivocada pois não se pauta pela situação concreta da realidade mas sim pelo interesses do estado burguês. Ainda que a crise política represente uma disputa entre as frações da burguesia pra ver quem fica com a fatia maior do ajuste fiscal aplicado contra os trabalhadores, o argumento utilizado pelo os petistas do perigo do ‘’golpe da direita’’ certamente se voltara contra a classe operaria que protagonizara grandes lutas por conta da crise.

A direita nunca foi o problema para os petistas, pois são seus aliados político dentro do governo mas o argumento utilizado pelo os mesmos de que corremos um risco de golpe de estado no futuro certamente ira se tornar um freio para as lutas operarias porque colocaram se os trabalhadores ultrapassaram o limite da ordem estabelecida, a direita vai dar um golpe e com isso vai ser muito pior para os trabalhadores e o povo pobre. É falacioso o argumento de que hoje existe um risco de golpe, pois quando isso ocorre é uma ultima cartada que a burguesia tem na manga para conter a luta dos trabalhadores e atualmente no Brasil a carta que os burgueses estão apostando é na Dilma.

Os setores como a UNE, CUT e MST que hoje propagam a existência de risco de golpe de Estado, na verdade cumprem papel de transmissão dos interesses da burguesia dentro movimento de trabalhadores e da juventude. Num momento de acirramento da luta de classes, estes setores cumprirão o papel de frear as lutas que virão fazendo com que se tenha a miséria do possível e fazendo passar os ajustes contra os trabalhadores e a juventude.

Apesar da crise política existente no país e das tensões entre os setores da burguesia ter aumentado com o Eduardo Cunha ter passado o pedido de impeachment, o que permanece é a unidade da burguesia em torno do ajuste fiscal contra os trabalhadores. E até agora a Dilma esta cumprindo perfeitamente a agenda burguesa contra os trabalhadores, por isso não existe nenhum motivo para os mesmos querer – lá tirar.

Hoje se torna um absurdo a tese de que existe um golpe em percurso no Brasil, quando o Supremo Tribunal Federal adota diversas medidas que torna a correlação de forças mais favorável ao governo contra o impeachment. O STF só adotou as medidas para fortalecer o governo, pois a burguesia sabe que a linha do PT é atacar os trabalhadores e a prova mais viva disso é que com a saída do ministro Joaquim Levy, o novo ministro Barbosa anunciou conforme já havia dito que o ministro da casa civil Jacques Wagner que manterá o ajuste fiscal e atacara brutalmente a classe trabalhadora para 2016.

Um exemplo desta política traidora daqueles que apoiam o governo está no texto escrito por Iago Montalvão da UFG que se encontra no site da UNE, ele escreve sobre a historia da UNE contra aqueles que querem acabar com a estabilidade da ‘’democracia e suas instituições’’ ignorando que se a democracia burguesa e suas instituições não é estável não se deve por conta da direita, mas sim porque vivemos numa sociedade de classes com interesses inconciliáveis. Hoje aqueles que defendem a estabilidade da ‘’democracia e suas instituições’’ são os mesmos que não querem levar a luta dos trabalhadores e da juventude até o final.

O PCO que hoje cumpre o papel de quinta coluna do petismo afirma no seu site de quem não luta contra o golpe, na verdade está apoiando e que a direita vira com golpes muito mais duros contra os trabalhadores. Para além de querer limpar a barra do PT, o PCO cumpre o papel criminoso colocando que os trabalhadores não podem questionar e com isso deve aceitar o ajuste fiscal de Dilma, pois adireita vai atacar com mais força a classe operaria e a juventude.

Na convocação da CUT para o ato de Brasília que ocorreu no dia 04/12, diz que o ‘’golpe’’ significara retrocesso e retirada contra o direitos dos trabalhadores, mas também esta central sindical diz contra o ajuste fiscal. Porém a ‘’maior central sindical da America Latina’’ traiu a luta dos bancários de São Paulo impondo um acordo rebaixado, não organizou os professores para estarem junto com os estudantes secundaristas de São Paulo e nas fabricas defendem o PPE (Programa de proteção ao Emprego) que é uma medida que visa reduzir o salário com o pretexto de defender os empregos. A Central Única dos Trabalhadores tem aparato para organizar os trabalhadores contra o ajuste, mas ela não tem interesse em fazer isso pois suas traições demonstram que ela está no lado do governo que aplica estes ajustes. É necessário que a CSP – Conlutas exija que a CUT rompa com o governo e que coloque todo seu aparato a serviço da luta de classe, mas também que a Intersindical rompa com a Frente do povo sem medo e faça a mesma exigência.

Para responder a atual crise política e econômica do país é necessário forjar organizar os trabalhadores independente da direita, mas também do governo que não representa uma saída para os trabalhadores. É preciso um movimento nacional contra os ajustes com todos os setores que colocam contra a direita e o governo, mas também que se lute por uma assembleia constituinte livre e soberana que seja imposta pela força das futuras mobilizações, que faça os trabalhadores, juventude, mulheres, negros e LGBTT’S e a população pobre que esta em luta discuta os problemas do pais, uma constituinte que questione o regime e fazendo com que os mesmos façam uma experiência com a democracia dos ricos.


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