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Robin Hood ao contrário | O clientelismo do governo Bolsonaro agrava situação do povo pobre rural

A única certeza que temos no 4º ano do governo Bolsonaro é que o desmonte de políticas e instituições públicas segue de forma desenfreada, e o povo pobre é sempre o mais atingido.

segunda-feira 23 de maio de 2022 | Edição do dia

O Tribunal de Contas da União determinou (Junho/21) que sobras no orçamento da conversão do Bolsa-Família para o Auxílio-Brasil fossem direcionadas à ação da Inclusão Produtiva Rural, que inclui o programa Fomento Rural. Ambos ação e programa são responsáveis por garantir maquinário e condições de trabalho na zona rural para os trabalhadores agrícolas, e também auxílio para as comunidades pobres dessas regiões, por meio do Cadastro Único – CadÚnico. O valor total gerado da conversão é de R$ 89,8 milhões.

Apesar disso, o clientelismo ligado às bases de apoio a Bolsonaro fez com que todo esse orçamento fosse desviado de seu propósito, e o governo federal realizou a compra de 247 equipamentos agrícolas na virada dos 2021 para 2022. Dentre motoniveladoras e pá-carregadeiras, todas estas máquinas foram distribuídas por 23 estados brasileiros sem que houvesse um cuidado para que os locais mais necessitados fossem contemplados, tudo isso por intermédio de licitação de aliados do presidente, dentro do Ministério de Desenvolvimento Regional.

O estado da Bahia foi o maior beneficiado já que a assinatura de compra veio de João Roma, ministro da cidadania em Dezembro último, para que a empresa chinesa XCMG fosse a beneficiada no processo pela disponibilização do maquinário. Segundo a Folha de São Paulo, documentos obtidos do governo relatam que todos os equipamentos permanecem parados no interior da XCMG.

A tal assinatura de Roma (hoje deputado federal pela Bahia e pré-candidato ao governo estadual baiano pelo PL) na época foi feita para a portaria 755 que estipulava uma suposta Estrutura de Mecanização Agrícola – MAG-SAN dentro do Sisan (Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional).

O cartel do agronegócio ligado ao governo corrupto de Bolsonaro mostra suas entranhas no momento em que a coordenadora do programa Fomento Rural, Andrezza Colatto, assina em regime de urgência (23/03/22) para que os pagamentos sejam realizados para a aquisição do maquinário. A urgência é para que o processo se consolide em tempo para o período eleitoral deste ano. Além disso, a coordenadora é filha de Valdir Colatto, ex-deputado federal do MDB de Santa Catarina, ligado ao agronegócio.

Processos como esse, os benefícios dos militares, o aumento da taxa de juros e do endividamento do Estado, mostram cada vez o quão é reacionária a política bolsonarista. Para derrotar essa política, é necessário fortalecer uma alternativa que esteja para impulsionar a organização da classe trabalhadora e também do povo pobre rural.

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