×

OPINIÃO | O antes e o depois de uma história que não mudou

quinta-feira 6 de agosto de 2015 | 09:45

13 de maio de 1888, para muitos uma data de tamanha importância, mas vamos voltar nos anos que antecederam essa data. Fico imaginando a dor do negro que forçadamente era transportado dentro de navios onde eram obrigados a botar em prática aquilo que Charles Darwin denominou de "Seleção natural" quem chegava com vida depois de horas, dias e semanas esmagado em um desses navios era um verdadeiro e verdadeira guerreira.

O europeu, com seu pensamento de estar sempre a frente de tudo e todos, não se conteve em dizimar milhares de tribos indígenas, procurou algo mais radical, e deve ter pensado da seguinte maneira "por que não trazer uns negrinhos daquele país, onde não conhecem o cristianismo que nós conhecemos, podemos por eles para trabalharem a nosso favor e em troca lhes oferecer um pouco do nosso ’puritanismo’" infelizmente esse pensamento se concretizou!

No ponto de vista puritano, os negros não passavam de seres bestiais, sim, acredite , eu falei seres bestiais, eram comparados a animais de tração, colocados em fileiras logo que chegavam no porto onde o navio negreiro encostava, e ali os senhores escolhiam a dedo quem era ou aparentava ser o melhor e mais forte máquina de trabalho. Poxa, não basta você ser brutalmente descolado do seu país de origem e ainda tem que ser comparado a animais de tração, quanta crueldade européia, mas não vamos deixar a peteca cair.

Dizer que os negros eram analfabetos por não saberem escrever o idioma local é tão ignorante quanto dizer que quem os escravizavam era analfabeto por não saberem escrever o idioma dos países do continente africano, mas.... veja bem, os negros que aqui chegavam eram obrigados a trabalharem cerca de 13 horas por dia, sob a vigilância de um subordinado do senhor do engenho, quem não morria de exaustão, morria de doenças, mas tem aqueles que eram valentes, subversivos, corajosos, queimavam as plantações de cana, diminuía o ritmo de produção, e existia aquele que com medo do castigo das chibatadas rasgando suas camadas de pele preferia viver sob a obediência.

Cheguei até aqui apenas para refrescar a memória, pois o objetivo principal começa agora, fazer uma analogia de como era e como ainda (é)era, chegue em alguma empresa de grande porte, procure 10 negros(as), depois faça uma relação de qual a função ocupada por esses negros(as) nessa empresa, depois tente lembrar do período escravista, coincidência ou herança racial?

A questão é, será que em pleno século XXI os negros conseguiram driblar a instituição "racista" e viver uma vida como um ser humano deve viver, faça outro teste, vá para um ponto de ônibus 4:45 da Manhã e veja quem está esperando o "navio" para chegar no seu local de trabalho, não Basta só esperar o navio, ele tem que estar superlotado para que seja apenas um modelo avançado dos antigos meios que os escravos eram transportados. Será que os escravizadores estavam certos em dizer que os negros(as) eram seres bestiais, simples animais de tração, ou será que foram transformados nesses rótulos "carinhosos" ?

É, pobres coitados, se tivessem 1% da bestialidade de seus opressores, hoje brancos lutariam por cotas, e ocupariam os piores cargos no mercado trabalhista.

Foto: JC/Imagem


Temas

Negr@s



Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias