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UNICAMP | "O DCE e CAs precisam ser uma voz ativa contra os ataques aos trabalhadores na Unicamp", diz Flávia Telles

Veja declaração de Flávia Telles, coordenadora do CACH-Unicamp pela gestão minoritária e militante da juventude Faísca, sobre a situação dos trabalhadores da Unicamp e o chamado para a manifestação dos trabalhadores demitidos da Strategic, empresa terceirizada da Unicamp, que estão reivindicando o pagamento de seus direitos. Todo apoio à manifestação, nesta segunda, 08h da manhã com concentração na Praça da Paz.

domingo 26 de julho de 2020 | Edição do dia

Em meio ao aprofundamento dos impactos da pandemia, a empresa terceirizada Strategic Security, que presta serviços para a Unicamp, demitiu cerca de 70 funcionários que faziam o trabalho de portaria, limpeza e vigilância no campus. Além das demissões, a empresa não pagou o salário do último mês, nem mesmo a rescisão contratual, que foi parcelada em 6 vezes.

Essas demissões são uma amostra do cenário catastrófico de demissões em massa que os trabalhadores brasileiros vêm enfrentando. Com aval do governo Bolsonaro através, principalmente, de suas MPs da morte, a burguesia vem descarregando cada vez mais a crise econômica nas costas dos trabalhadores, o que já culminou em 7,8 milhões de postos de trabalho aniquilados desde o começo da pandemia.

É um absurdo que em um momento grave como esse, diante de mais de 80 mil mortes por covid-19, tantas famílias fiquem sem renda para conseguirem garantir uma boa alimentação, moradia e higiene pessoal, que são condições elementares para se protegerem do vírus. Ou tenham que contar com condições absurdas de trabalho, como são as condições que os entregadores de aplicativos estão se enfrentando nesse momento, fazendo paralisações como a que mais uma vez aconteceu neste dia 25.

Frente a esses ataques, os trabalhadores demitidos da Unicamp foram até a porta da reitoria exigir medidas que assegurassem seus direitos, mas a reitoria não deu nenhuma resposta e a empresa alegou não ter dinheiro. Assim, os trabalhadores chamam uma nova manifestação para segunda, dia 27, que desde já precisamos declarar todo nosso apoio.

Já era de se esperar a conivência por parte da reitoria, pois a mesma vem implementando a terceirização na universidade há anos e pavimentando o caminho para mais precarização e demissões. Para além disso, a reitoria de Knóbel, juntamente com o governo de Doria, vem negligenciando condições dignas de trabalho no Hospital de Clínicas (HC), o que já causou a morte de dois trabalhadores e a contaminação de vários outros e vem também, junto com a Funcamp, demitindo e atacando as condições dos trabalhadores, como o fretado. Essa mesma situação, de falta do mínimo para os trabalhadores da saúde e de demissões aos terceirizados também vemos em universidades como a USP, onde a reitoria também serve aos interesses privados em detrimento dos trabalhadores e da população.

O nosso DCE deveria ser uma ferramenta de organização para que os estudantes possam enfrentar essa situação ao lado dos trabalhadores, mas dirigido pela Juventude do PCdoB, não tomou nenhuma medida para enfrentar esse cenário e segue totalmente passivo frente ao fato de trabalhadores estarem sem salário na nossa universidade, o que é de se esperar, já que o PCdoB é relator no Congresso da MP que permite corte de salário, a mesma que permitiu o corte de salários da Funcamp.

Chamamos o conjunto dos Centros Acadêmicos, a começar pelos que são dirigidos pelo PSOL e PCB, a sermos uma forte oposição a essa política, exigindo do DCE espaços de debates virtuais e a solidariedade ativa às demandas dos trabalhadores frente à reitoria, fazendo das nossas entidades estudantis ferramentas de luta para que sejam uma voz contra os ataques aos trabalhadores, efetivos e terceirizados, da Unicamp e para que travem uma batalha para proibir as demissões na universidade. Por isso, é fundamental o apoio público, divulgação e presença, seguindo as recomendações sanitárias, de representantes das entidades na manifestação chamada pelos trabalhadores que irá acontecer nesta segunda, 27, às 08h com concentração na Praça da Paz.




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