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SUBNOTIFICAÇÃO | Número de mortes em Minas Gerais pode ser mais de 800% maior que o oficial

Ocupando posição de destaque a partir dos números oficiais no controle da expansão da Covid -19, tendo 29 casos confirmados e 1 óbito pra cada 100 mil habitantes, figurando como o segundo estado do país com menor taxa de doentes e mortos no país, os números reais da expansão e letalidade do novo coronavírus por trás da sub-notificação que impera no Estado de Minas Gerais do governador Romeu Zema (NOVO), podem ser na verdade assustadores.

terça-feira 26 de maio de 2020 | Edição do dia

Segundo reportagem do Jornal O Estado de Minas se levarmos em conta a quantidade de mortos e doentes diagnosticados como síndrome respiratória aguda grave (SARS), a elevação em face dos números reais se torna calamitosa. As vítimas fatais já somam uma alta de 838% a mais do que no ano anterior, 116 para 1.088, e alcançando 699% entre os doentes em comparação com 2019, 1.024 contra 8.099.

A situação é tão grave que uma pesquisa da Universidade Federal de Uberlândia foi publicada com o título "Subnotificação de mortes pela COVID-19 no segundo estado mais populoso do Brasil" e destaca os mesmos números de mortes pela SRAG. Pelos levantamentos feitos sobre dados oficiais, os pesquisadores encontram uma discrepância de 209,23% de números e evidenciam que um aumento de 648,61% de mortes pela SRAG no período analisado seja, na verdade, um efeito da COVID-19.

O presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano Silva, afirma que os números de subnotificação são grandes, bem como testagens feitas de forma equivocada. “Acredito que muitos dos casos ainda sem diagnóstico ocorram devido a exames que não são feitos como indicado e dão negativos".

Por meio da compilação de bases de dados oficiais, realizado pelo se identifica que o volume de resultados “a confirmar” em Minas é dos maiores do Brasil, fato endossado por especialistas e que engrossa a subnotificação de registros de contaminação e morte pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), bem como os descartados.

Apesar do secretário de estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, já ter comparado em entrevistas coletivas a progressão de casos mineiros ao ritmo da Coreia do Sul negando a existência de uma subnotificação relevante, os cartórios espalhados por Minas Gerais já computaram mais mortes com confirmação ou suspeita de COVID-19 nos 853 municípios mineiros que a própria Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Este é mais um caso que expressa que a quarentena sem testes massivos, campanha que vem sendo impulsionada pelo Esquerda Diário, torna os impactos do isolamento social no controle da pandemia em uma ação irracional, sem que se possa ter a real dimensão do problema no Brasil. Se tornando uma medida que não garante a efetiva contenção da curva de infecção do Coronavírus.

Por isso, é preciso fazer todo o necessário para impedir a disseminação do vírus, produzir insumos e equipamentos necessários para ter testes para todos e leitos para quem precise, e contratar todos os trabalhadores da saúde que sejam necessários para atender todos sem colocar suas vidas em risco. Será necessário se chocar com os governos e empresários que nos últimos anos aprofundaram os ataques a classe trabalhadora aprovando a lei do teto dos gastos, as reformas da previdência e trabalhista, desmontando o SUS, para salvar um sistema em crise.
Também é necessário enfrentar a política criminosa do Governador Romeu Zema, que em entrevista para o Portal O tempo no final de Abril confirmou que existe a subnotificação, mas que isto não lhe preocupa. A demagogia de Zema custa a vida de trabalhadores, demonstrando subserviência a política de Bolsonaro, segue as vontades dos empresários e com medidas pró patronais de flexibilização do isolamento. Eles se lixam para a vida da população colocando o lucro em primeiro lugar.




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