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Número de homicídios no país bate recordes, 75,5% são negros

sexta-feira 7 de junho de 2019 | Edição do dia

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta última quarta feira o Atlas da Violência 2019. O documento, que se baseia nos dados de 2017, busca mapear desde os custos econômicos até o perfil dos homicídios no Brasil. Para sua elaboração, o Ipea utiliza dos dados oficiais do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde. Ao compará-los com os registros divulgados pelas autoridades de segurança foi observado que na verdade houve um número de 1707 mortes a mais do que os até então divulgados.

O número de homicídios no país alcançou patamares recordes chegando a 65.602 no período analisado. O Mapa escara o aumento da violência entre os jovens negros, mulheres e a população LGBTI+. Entre a população negra o número de homicídios chega a 43,1 para cada 100 mil habitantes enquanto na população não negra os homicídios correspondem a 16 para cada 100 mil habitantes. São cerca de 179 casos de por dia no país e do total dos homicídios os negros representam 75,5%. Os pesquisadores apontam que “Proporcionalmente às respectivas populações, para cada indivíduo não negro que sofreu homicídio em 2017, aproximadamente 2,7 negros foram mortos”.

O Atlas deste ano conta ainda com uma parte intitulada como “juventude Perdida” onde se encontram os dados que mostram que a mais da metade da juventude entre 15 e 19 anos que morre hoje no país é assassinada, chegando os homicídios a corresponderem por 51,8% das mortes na população desta faixa etária. O atlas aponta que a população assassinada hoje no país corresponde aos setores da juventude, negros, moradores das favelas e periferias e com pouca escolaridade.
O período analisado corresponde ao ano seguinte ao golpe institucional, com o fortalecimento da direita, do autorismo institucional e também do aprofundamento da crise social e política do país. Os setores mais afetados com a crise são também os que apresentam índices mais altos no Atlas da Violência. A juventude e, especialmente a juventude negra, que tem como perspectiva de futuro pelos planos de Bolsonaro e da direita uma educação precária, trabalhos precários e morrer sem o direito de se aposentar está pagando com a vida o preço de uma crise que não é dela.

Enquanto isso, a direita e o Governo Bolsonaro, se embanderam de ações como a flexibilização por decreto para o porte de armas no país, o aumento da repressão e a busca para aprovar o pacote do Moro, que busca legalizar o assassinato dos negros e negras pelo Estado no país, enquanto a todo custo atacam a educação e o direito ao futuro da juventude.

A força de milhares de jovens que saíram às ruas nos dias 15 e 30 de maio, se colocando contra os ataques a educação e que são parte do forte rechaço a reforma da previdência pode ser uma força imparável para questionar a miséria de futuro oferecida hoje a juventude. Para se colocar contra os planos dessa direita racista, LGBTfóbica e machista que naturaliza e debocha das mortes e do assassinato dos negros e negras pelo país. É possível derrotar a reforma da previdência mas também é possível ir por mais e dar uma resposta profunda para a miséria colocada hoje a juventude e aos setores oprimidos para isso preciso estar nas ruas, aos milhões, junto aos trabalhadores para que estejamos fortalecidos o suficiente para derrotar os planos e cada chantagem de Bolsonaro e da direita e assim abrir caminho responder a essa crise que só aprofunda a precarização e as mortes da juventude, dos negros e negras e dos trabalhadores no país.


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