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PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO | Novo recorde nas taxas de informalidade: aumento no nível de precarização do trabalho

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta sexta-feira (29), o Brasil bateu um novo recorde no nível de precarização do trabalho com o aumento no número de trabalhadores sem carteira e por conta própria.

sexta-feira 29 de novembro de 2019 | Edição do dia

Imagem: LINCON ZARBIETTI

O mercado de trabalho brasileiro alcançou uma taxa de informalidade de 41,2% no trimestre móvel até outubro, pouco abaixo do recorde de 41,3% da série histórica iniciada em 2015, registrado nos trimestres móveis encerrados em julho e setembro. São 38,751 milhões de trabalhadores atuando na informalidade, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O trabalho por conta própria alcançou 24,446 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em outubro, sendo que 19,466 não têm CNPJ. Em um ano, o trabalho por conta própria ganhou a adesão de 913 mil pessoas. Em um trimestre, na comparação com os três meses encerrados em julho, foram 219 mil trabalhadores a mais nessa condição.

O trabalho sem carteira assinada no setor privado cresceu para um contingente de 11,852 milhões de trabalhadores. O emprego sem carteira no setor privado aumentou em 280 mil vagas em um ano, uma alta de 2,4%. Em um trimestre, foram 194 mil trabalhadores a mais.

Apesar da elevada informalidade, o trabalho formal também cresceu. O mercado de trabalho abriu 61 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre terminado em julho. Na comparação com o trimestre encerrado em outubro de 2018, foram criadas 344 mil vagas formais no setor privado, uma alta de 1,0%.

O setor público ficou estável, com 11,675 milhões de trabalhadores no trimestre até outubro, enquanto o trabalho doméstico absorveu mais 69 mil pessoas na comparação com o trimestre móvel até outubro de 2018.

Todos esses números são reflexos do governo Bolsonaro, continuidade do golpe institucional. Fazer com que os trabalhadores trabalhem sem direitos, na ilegalidade, para assim os patrões poderem enriquecer de forma criminosa sem que tenham nenhuma barreira para isso. O que o Bolsonaro quer é que milhares de trabalhadores, trabalhem como milhares de jovens de aplicativos, que carregam 12 horas por dia os lucros milionários das empresas em troca de um real por quilômetro rodado equilibrando-se entre uma bicicleta e altas taxas de desemprego e informalidade, e valendo menos que uma caixa decorada com os slogans da Rappi, Ifood e Uber.

No país da informalidade que Bolsonaro defende para garantir o lucro dos grandes capitalistas, notícias índices absurdos de informalidade e desemprego parecem se repetir cada vez mais, mas são frutos do avanço de ataques aos direitos trabalhistas, da MP da “liberdade econômica” e da Reforma da Previdência, que faz o lucro dos patrões aumentar ainda mais e joga à má sorte da exploração e precariedade uma grande parcela da juventude brasileira.

Frente a esses novos recordes de precarização que fazem sorrir a burguesia, é preciso que nos inspiremos fortemente na luta da juventude e dos trabalhadores chilenos que já atormenta o sono da burguesia brasileira e levantemos um programa anticapitalista para a crise. Pelo não pagamento da fraudulenta, ilegítima e ilegal dívida pública; para combater o desemprego e a ultra exploração, que a jornada de trabalho seja dividida entre empregados e desempregados para 6 horas sem diminuição dos salários; que os entregadores de aplicativos e todos jogados na informalidade tenham seus direitos reconhecidos e garantidos; pela implementação de um salário mínimo real que sustente com dignidade a vida de um trabalhador; pela equidade salarial entre brancos e negros, homens e mulheres.




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