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CRISE NÃO TEM FIM | Nova crise no ministério de Temer: ministro demitido acusa governo de blindar políticos na Lava Jato

Reportagem da Veja informa que o ministro da AGU de Temer foi demitido por impedir seus procedimentos de continuidade da Lava Jato. Divisão na mídia e no judiciário sobre o governo golpista?

sábado 10 de setembro de 2016 | Edição do dia

A Veja, para vender exemplares, ou em uma mostra de mudança de linha de parte do “partido midiático” atacou em sua capa o governo Temer. Na capa dessa semana o ex-ministro da Advocacia Geral da União, Fábio Medina Osório, diz “O governo quer abafar a Lava Jato”. Dentro das páginas amareladas desta revista golpista pode-se ler a entrevista com o ministro demissionário e uma narrativa de como o governo Temer estaria fazendo o que o PMDB anunciou em gravações da Lava Jato: abafar a operação e livrar os políticos envolvidos.

Na reportagem da revista da família Civitas Osório acusa o governo de usar como desculpa para sua demissão erros na condução da demissão do presidente da EBC mas que seu verdadeiro pecado teria sido começar a tomar medidas para que políticos citados na Lava Jato ressarcissem os cofres públicos. Em suposto arroubo republicano Osório queria que os políticos tivessem o mesmo tratamento das empreiteiras, e os citados devolvessem sua parcela.

Para isso, segundo a reportagem ele teria solicitado à PF os nomes de quais políticos ele deveria abrir inquérito. A PF lhe informou 8 políticos do PP, 3 do PT e 3 poderosos nomes do PMDB: Renan Calheiros, Valdir Raupp – ex-presidente do partido -, e Aníbal Gomes. Em operação abafa, segundo a Veja teve sua cabeça posta à prêmio.

O surpreendente do caso não está na denúncia. Até as paredes sabem da corrupção dos membros do governo Temer e como este opera pela impunidade dos seus, tal como o PT antes, e com maior sucesso o PSDB em terras paulistas. O mais chamativo do caso é que o STF se recusou a fornecer-lhe dados, que ele, minuto seguinte a demissão quis colocar a boca no trombone e a Veja ecoar sua denúncia na capa.

Todos os outros grandes meios do país estão dando cobertura mínima ao escandaloso fato, mostrando como as outras famílias donas da mídia não estão no momento embarcando em um caminho “destituinte” de Temer, porém o barulho da mais “In More We Trust” das revistas e a violência da crítica de Osório parecem prenunciar novos rounds de divisão nos partidos judiciário e midiático quanto ao governo golpista.

Já vimos as desavenças entre a tropa de Curitiba com o STF quanto a delação da OAS, seria esse evento uma escalada? Ou o grito de morte de uma operação agonizante, que existe para terminar de acertar um golpe no PT e se tanto levar algum “bode expiatório” tucano e do PMDB que deem maior credibilidade a seu verdadeiro objetivo de ataque. Ou não? Seria o contrário? A preparação do embate entre as alas da mídia e do judiciário que defendem uma “mãos limpas” no Brasil (acabar com a maior parte dos partidos para erguer um novo regime mais ao sabor de novos esquemas de corrupção ligados ao imperialismo) versus os partidos da ordem e suas alas no judiciário e na mídia?

A continuidade de incertezas nos “de cima”, de quais seriam suas verdadeiras agendas políticas, enquanto estão todos unidos para realizar importantes ataques a classe trabalhadora, enquanto ao mesmo tempo cresce a insatisfação contra o governo golpista de Temer são renovadas mostras como o impeachment não fechou a crise no país. O judiciário não está pacificado. A mídia não está pacificada. E mais importante, nem as ruas.




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