Depoimento de Elenice Rocha, trabalhadora do Bandejão da USp e militante do Nossa Classe
segunda-feira 13 de junho de 2016 | Edição do dia
Universidade pública, para quem?
Para burgueses filhos e frutos dessa sociedade elitista e capitalista? Se realmente fosse pública, não seria imposta a condição de se realizar o vestibular, onde fica clara a intenção de se fazer um processo de filtragem onde acaba sendo excluído o estudante pobre, negro e todos que não tiveram a oportunidade de estudarem em uma escola particular e ingressar em cursinhos também pagos, para melhorar ainda mais suas chances de adentrar a esta e outras universidades públicas.
Esta é, sem dúvida, uma "muralha social" que todo ano acaba com o sonho de grande parte dos mais 170 mil estudantes inscritos, onde a grande maioria deles são jovens pobres e negros, filhos dos trabalhadores da grande classe operária e que sofre todos os desgastes oriundos desse sistema capitalista que só maltrata e humilha o trabalhador.
Pública para mim, fica subentendido que é apenas um meio de usar o dinheiro da arrecadação de impostos da população que está servindo apenas para custear o ensino para os filhos das classes burguesas e dominante que há muito tempo predomina por todos os campi da universidade.
Por isso é mais que necessário, é urgente, e muito importante que se intensifique as lutas referente as implantações das cotas étnicas e raciais, e pelo fim do vestibular. É preciso unificar as lutas, para derrubar todas as barreiras e conquistar para todos uma universidade pública, gratuita e de qualidade para todos, sem distinção.
Por uma universidade livre e soberana onde os professores, estudantes e funcionários tenham autonomia para decidirem o que é melhor para a universidade e também que atenda os interesses da população.
Basta de vestibular, essa muralha elitista que não deixa pobre e negro estudar!
