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Permanência estudantil | "Nós estamos aqui e vamos resistir", estudantes indígenas fazem ato no MEC pela permanência estudantil

No quarto do dia 1º 1º Fórum Nacional de Educação Superior Indígena e Quilombola (FNEIQS), os estudantes indígenas e quilombolas de todo o país reunidos em Brasília realizaram um ato saindo do Complexo Cultural da Funarte onde está sendo realizado o Fórum para o Ministério da Educação.

quinta-feira 7 de outubro de 2021 | Edição do dia

No quarto do dia 1º 1º Fórum Nacional de Educação Superior Indígena e Quilombola (FNEIQS), os estudantes indígenas e quilombolas de todo o país reunidos em Brasília realizaram um ato saindo do Complexo Cultural da Funarte onde está sendo realizado o Fórum para o Ministério da Educação.

Ao longo do trajeto, os indígenas e quilombolas mais uma vez protestaram contra os ataques à permanência estudantil, como o corte do orçamento das universidades federais feito pelo governo Bolsonaro junto ao Congresso. Cortes como esses que retiram as bolsas e auxílios, precarizam moradias e restaurante universitários implementando o projeto de universidade ainda mais excludente e elitista, expulsando não apenas os indígenas, quilombolas mas também todos os filhos da classe trabalhadora nesse momento de profunda crise econômica.

Para além da evasão, o problema já começa no acesso desses povos às universidades. Podemos observar o exemplo do Vestibular Suplementar Para Indígenas que está sendo promovido pela UFMG, com escandalosas 20 vagas em 10 cursos e nada mais, do qual só podem participar estudantes que morem em aldeias, um critério inadmissível que ignora por um lado as condições impostas pela crise econômica e por outra, a liberdade de escolhas e decisões dos próprios estudantes indígenas. Por isso, defendemos o fim do ENEM e dos vestibulares, com a radicalização imediata do acesso para todos aqueles que queiram estudar, com estatização das universidades privadas sob controle dos trabalhadores e estudantes.

Durante o ato Carina Veridiano, do Quilombo Buieié e estudante da Universidade de Viçosa, declarou: "Estamos lutando pela reabertura da bolsa permanência, uma assistência muito importante para os nossos grupos étnicos. Nós saímos de nossas comunidades que ficam muito distantes e não temos condições de permanecer nas universidades. Nós viemos nessa luta desde 2017. Nós queremos um direito que é nosso e dever do Estado, garantir a permanência dos indígenas e quilombolas, mas também de todos aqueles em condições de vulnerabilidade econômica. É um direito de toda a população o acesso a educação. Nós estamos aqui e não vamos desistir, nós vamos resistir e a bolsa permanência vai abrir".

Ontem, o ministro Milton Ribeiro reafirmou esse projeto excludente, declarando que o Brasil tem excesso de universidades. Na chegada do ato ao MEC, os estudantes realizaram um aulão, apresentando os projetos e pesquisas que produzem nas universidades. Pesquisas que tratam da história, da cultura, da língua, dos conhecimentos adquiridos em relação a natureza, produções que ministro quer ver expulsar das universidades, restringindo seu conhecimento aos interesses do agronegócio devastador, ao lucro do capital privado.

Nós da Faísca e Esquerda Diário estamos acampados com os indígenas e quilombolas nessa importante luta pela permanência estudantil. Frente a um cenário de profunda crise, Bolsonaro, Mourão, a direita e o STF e o Congresso Nacional aproveitam para nos atacar ainda mais em nome dos lucros dos capitalistas. Chamamos todos os estudantes e a esquerda para tomar essa luta para si! Só a aliança entre os estudantes e trabalhadores ao lado dos indígenas, a única que pode barrar todos os ataques, Bolsonaro e Mourão. E, para além, de conquistar a permanência já, também acreditamos que é urgente lutar pelo defender o fim do vestibular, um filtro social racista que nos exclui das universidades.

O capitalismo e seus governos destroem nosso futuro, destruamos o capitalismo!




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