sexta-feira 14 de agosto de 2015 | 00:05
No final de julho, o governador Geraldo Alckmin anunciou em entrevista coletiva que seu governo pretende passar a operação da linha 5-Lilás do Metrô para a iniciativa privada. O Esquerda Diário tem denunciado o quanto essa medida representa um enorme ataque a qualidade do transporte e as condições de trabalho.
Para ilustrar essa denúncia, M.L., trabalhadora da USP, nos deu um relato sobre uma das inúmeras dificuldades enfrentadas pela população com relação às condições do transporte privatizado.
M.L. nos disse que entrava na Estação Butantã, da linha privatizada amarela Via Quatro quando seu cartão da SPTrans teve seu bloqueio temporário “estava sozinha, a catraca simplesmente apagou quando encostei o cartão, tentei em outra e apareceu tal mensagem, o serviço terceirizado da estação informou que deveria aguardar por 30 minutos para passar novamente... ora, o problema foi da catraca, eu tinha um compromisso e porque deveria esperar?”
Após ligar na SPTrans, ela foi informada pela atendente que devido ao problema não ser no cartão, mas na catraca, ela nada poderia fazer, e M.L. deveria se reportar ao Metrô “e me passou um número de atendimento que também não resolveu! Eu estava numa estação da Via Quatro, como o Metrô resolveria se a Via Quatro é uma empresa privada? Felizmente uma alma piedosa pagou minha passagem para não perder o horário.”
Não fosse a solidariedade de outro passageiro, que provavelmente estava indo ao trabalho, M.L. perderia o compromisso. “Na volta pude perceber que na estação Liberdade do Metrô meu cartão não teve problema e que não havia tido casos desta natureza, cheguei a perguntar. Porem esta é uma empresa estatal, diferente da Via Quatro em que o nível de exploração trabalhista e econômico visam o enriquecimento do bolso de uma pequena minoria.”
Como já reproduzimos aqui, a fala de Felipe Guarnieri, delegado sindical da Estação Santa Cruz, resume a solução “acreditamos que a Linha 4 precisa ser estatizada e que a gestão do Metrô passe para às mãos dos metroviários em aliança com os usuários. O principal problema do Metrô hoje são os políticos corruptos e a sede por lucro das empresas as quais são ligados”
