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CORONAVÍRUS RN | No RN faltam testes do COVID-19: Centralizar o sistema de saúde sob controle dos trabalhadores!

No RN além da falta de testes na rede privada, na rede pública o resultado leva 10 dias para sair e só é feito com recomendação do médica.

Alex MonkAssistente Social em Natal-RN

sexta-feira 20 de março de 2020 | Edição do dia

No RN já são 108 casos suspeitos do COVID-19, segundo dados do Ministério da Saúde. A Sesap contabiliza 75 casos suspeitos, mas essa divergência se dá, segundo a subcoordenadora de vigilância epidemiológica do RN, Alessandra Luchessi, devido ao aumento do número de suspeitas e a falta de exatidão em classificar o caso como suspeito ou não. A ausência de testes apenas agrava as dificuldades de identificação do nível de contágio.

Até o momento 1 caso foi confirmado no RN, e nesta quinta feira, em Parnamirim faleceu uma mulher de 47 anos que havia procurado atendimento na UBS e foi mandada pra casa, embora estivesse com alguns sintomas que levassem a suspeita do Coronavírus. O caso esta sendo investigado pela Secretaria Estadual de Saúde(Sesap).

Isso ocorre porque o exame para o COVID-19 só é feito com autorização do médico que atende, e o exame é feito somente em pessoas que viajaram ou tiveram contato com estrangeiros. Segundo a secretaria de saúde essa medida é para não levar a falta do exame, porém este procedimento contradiz a recomendação da própria OMS de fazer testes massivos na população e isolamento para conter a disseminação.

Além destas restrições devido a escassez de kits dos testes, o resultado leva 10 dias, isso acontece porque primeiro é feito o teste para influenza e outros vírus respiratórios, levando 3 dias para o resultado, sendo negativo é enviado para o Instituto Evandro Chagas, neste processo são mais 7 dias.

No DNA center, único laboratório privado onde estavam sendo feito testes, houve a suspensão devido a falta de reagentes, com um custo de 430$ e com coleta em casa, e fala em uma fila de mais de 20 pessoas a espera do teste. Segundo os técnicos dos laboratórios, a falta de reagentes vai resultar em triagem, o que também contradiz a medida da OMS de testagem massiva e isolamento para conter a pandemia.

O governo de Fatima Bezerra (PT) deveria estar fazendo investimentos massivos na aquisição de testes para romper com essa lógica de apenas testagem em quem teve contato com estrangeiro ou viajou para fora, mesmo tendo os sintomas do Coronavírus. É preciso ir além dos 90 milhões destinados a saúde e cobrar, por exemplo, os 7 bilhões que o empresariado deve aos cofres públicos do RN, taxação de grandes fortunas de empresários como Flávio Rocha (dono da Riachuelo e dos grandes shopping de Natal) possibilitando assim ampliar os leitos, e contratar mais médicos e enfermeiros, tão escassos nas UBS e UPA’s.

Para responder de fato a pandemia, é necessário que o governo Fátima centralize todo o sistema de saúde e laboratórios químicos para produção de reagente e testes massivos, sejam eles públicos ou privados. Uma iniciativa que tem que ser controlada por comitês de trabalhadores da saúde, nos hospitais junto à população, para definir, rever e aprimorar as formas de combate e prevenção ao vírus, pois o governo seguirá sem tocar no lucro dos capitalistas e das empresas privadas farmacêuticas, que querem lucrar ainda mais com essa pandemia, colocando em risco a vida da população.

Os sindicatos, em especial da CUT, deveriam estar impulsionando esse tipo de iniciativa em cada local de trabalho, junto aos trabalhadores da saúde, garantindo que os setores em risco possam ficar em quarentena sem nenhum prejuízo financeiro e defendendo os seus empregos, para conseguirmos restruturar o conjunto da produção sob controle dos trabalhadores para garantir itens vitais hoje de alimentação, prevenção e de tratamento.

O momento é de guerra, e não é aceitável que os capitalistas sigam lucrando enquanto a população corre risco de vida. Exemplo disso são os professores de Rosário, na Argentina, que se organizaram para produção de álcool em gel, ou operários de fábricas de sapato em Antacal, na Espanha, que transformaram a produção da fábrica para a produção de máscaras. Mostram que é possível, com os trabalhadores se organizando para trabalhar tomando todas as medidas sanitárias e de segurança junto à especialistas da saúde, que os trabalhadores dirijam o combate à pandemia.

É urgente que os trabalhadores tomem a frente de responder a essa crise, se organizando em cada local de trabalho para reorganizar a produção, tomando todas as medidas de segurança, em especial aos mais vulneráveis, com garantia de emprego, a serviço da produção de equipamentos, álcool gel, alimentos e itens que hoje são essenciais para a nossa sobrevivência.




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