Escândalo na capital do Rio de Janeiro: trabalhadores da saúde denunciam que foram orientados pelo governo para descartar doses da vacina Oxford. E ainda, devido a precariedade da estrutura de instalações do sistema de saúde público, 720 vacinas da Coronavac podem ir para o lixo depois de queda de energia no hospital Bonsucesso.
sexta-feira 29 de janeiro de 2021 | Edição do dia
Foto: CASSIANO ROSÁRIO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Novamente o Hospital Bonsucesso no Rio de Janeiro é alvo de investigação devido a precariedade da estrutura do hospital. No ano passado, 2020, um incêndio atingiu o hospital e pacientes perderam a vida dentro hospital.
Agora, em plena crise pela inexistência suficiente de vacinas no país, o hospital passou por uma queda de energia que pode ter comprometido 720 vacinas da Coronavac que estavam estocadas no hospital. Secretário da saúde no RJ, Daniel Soranz, disse que vacinas não foram ainda descartadas, mas diretor foi exonerado. As vacinas irão para análise e caso se comprove a ineficácia, serão todas jogadas no lixo.
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Outro escândalo que acontece no Rio de Janeiro é o descarte de vacinas da Oxford. Médicos e enfermeiros denunciaram que vacinas estão sendo jogadas no lixo: ’pessoas morrendo, precisando, e jogar fora?’. Isso porque um frasco da vacina de Oxford/AstraZeneca pode vacinar até 10 pessoas. Mas quando doses sobram nos frascos, os profissionais denunciaram que foram orientados para destacar os frascos, mesmo ainda existindo quantidade de vacina nos recipientes.
Um funcionário declarou ao G1: "O frasco da vacina tem dez doses. Deram três vacinas e a ordem da CAP (Coordenadoria de Saúde da Área de Planejamento) foi descartar o restante da vacina. (...) Eu acho isso um absurdo! As pessoas morrendo, precisando, e jogar fora?".
Trabalhadores da saúde indicaram que todas as doses da vacina, precisam ser aplicadas dentro do período de 6 horas. Mas como se não tivessem pessoas para tomar a vacina, os frascos estão estragando e sendo jogados no lixo. "O frasco foi aberto às nove da manhã, ou seja, às três da tarde essas doses iam ser perdidas", afirmou um funcionário.
"O sindicato recebeu inúmeras denúncias de descarte de várias doses da vacina Oxford/Astrazeneca, em várias clínicas e centros de saúde. E isso tudo causou muita revolta nos profissionais", afirmou Mônica Armado, presidente do Sindicato de Enfermeiros.
A Secretaria de Saúde disse ter orientado que equipes do posto oferte a dose, de forma criteriosa, aos profissionais de saúde, mas caso de possível desperdício, o uso da vacina em outras pessoas que não sejam profissionais da área também está autorizado. Entretanto, os funcionários dizem que não foi essa a orientação.
Até esta quinta, 28, mais de 113 mil pessoas tinham sido vacinadas no Município do Rio, que conta com 6,748 milhões de pessoas. Um número mísero de vacinados, enquanto doses são descartadas ou perdidas devido a precariedade da estrutura do sistema de saúde pública.
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