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UNICAMP | No IFCH: Nenhum delegado do governismo ao XII Congresso dos Estudantes

Ontem, dia 22, ocorreu a Assembleia do Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH) de tiragem de delegados para o XII Congresso dos Estudantes da UNICAMP(CEU). A presença de “estudantes profissionais” da União da Juventude “Socialista” (Que viajam para universidades, escolas e casas do poder público em todo o país para discursar em nome da UNE e defender o governo contra os estudantes que dizem representar) na assembleia intensificou ainda mais o debate sobre o governismo e a necessidade da luta por entidades democráticas, que combata os cortes na educação e os ataques dos governos aos setores oprimidos, que lute pelo acesso e a permanência da juventude nas universidades públicas e que se enfrente com as burocracias acadêmicas e os regimes universitários antidemocráticos para que a produção de conhecimento sirva de fato à população e à classe trabalhadora. Todo esse conteúdo ganhou peso no rechaço ao único delegado governista inscrito, um militante da UJS, durante a votação ao final, onde a assembleia lhe concebeu irrisórios 2 votos, decidindo que não haverá delegado burocrata e nem defensor do governo Dilma (PT) ou do governo Alckmin (PSDB) representando o CACH no XII CEU.

sexta-feira 23 de outubro de 2015 | 00:43

Vários debates importantes perpassaram a assembleia, mas a maior centralidade esteve no debate sobre a realidade dos ataques dos governos Dilma e Alckmin à educação, os seus reflexos na UNICAMP e como os estudantes do IFCH responderam e seguirão respondendo para fazer diferença política na atual conjuntura de crise política. O governo Dilma cortou mais de 13 bilhões da educação, que impactou diretamente na juventude e escancarou a falácia da “Pátria Educadora” do PT, além de se aliar com os setores mais podres da política nacional, deixando passar medidas conservadoras no Congresso e abrindo espaço a estes que se sentem a vontade para planejar ataques medievais como a proibição da pílula do dia seguinte e a redução da maioridade penal. Dilma junto a Eduardo Cunha e a corja “aliada” do Congresso Nacional, bem como PMDB, PSDB, PSB e um longo etc. são inimigos da juventude. O governo do PT de Dilma e Lula, que recentemente fez a reforma ministerial para dar ainda mais espaço aos setores conservadores, é o mesmo que fez cair por terra a máscara da ascensão social e das reformas graduais, deixando milhares de estudantes de universidades privadas com o sonho da universidade frustrado, priorizando os lucros destes monopólios com os cortes do FIES e PRONATEC, e mais milhares em situações absurdas de precariedade nas universidades federais, muitas nas quais não havia verbas para pagar os salários dos trabalhadores, as bolsas dos estudantes, a energia elétrica ou a água. São evidências do fim do ciclo de ilusões e demagogia acerca da revolução no acesso à universidade propagandeado pelo governo do PT.

Em âmbito estadual sob a direção do governador Geraldo Alckmin os ataques continuam, e isso também fez parte do debate dos estudantes, que discutiram a “reorganização” (desorganização) escolar e o apoio incondicional aos estudantes das escolas públicas, ligando essa ofensiva a um projeto de desmantelamento da educação por parte do PSDB há mais de 20 anos no estado e a passividade da burocracia do PT nas entidades dos estudantes e trabalhadores, além da ligação entre os cortes estaduais e federais.

O debate nacional acerca da brutalidade que é a terceirização também foi colocado na assembleia, partindo da discussão de que a maioria desses trabalhadores são mulheres negras, foi destacada a responsabilidade da reitoria da UNICAMP em relação às centenas de trabalhadores terceirizados demitidos recentemente. Os estudantes de Ciências Sociais e História se posicionaram contra esse fato devastador, se colocando ao lado destes homens e mulheres já são precarizados e não reconhecidos pela direção da universidade e exigindo que a reitoria reverta as demissões e não os deixe serem jogados na rua, bem como os reconheça como trabalhadores fundamentais e parte da universidade, efetivando-os sem contrapartida de qualquer concurso ou seleção.

Foi lamentável a tentativa de defesa do governo pelos estudantes profissionais da UJS, a juventude do PCdoB, que é também a atual direção da gestão do DCE da UNICAMP. Foi lamentável e vergonhosa, pois diante de todo o debate político feito, sua defesa foi desintegrada e rechaçada, pois os estudantes das ciências humanas não acreditam que são lutadores estes que abraçam uma assassina de indígenas como a Kátia Abreu.

A UJS mostrou nesse ano de gestão do DCE que serve para manter a ordem intocada e atravancar qualquer luta dos estudantes, sobretudo se elas ameaçarem o governo Dilma. Mas a forte campanha de denúncia e combate travada pelo CACH ao longo do ano, sendo a batalha mais recente à luta para a realização de uma assembleia geral dos estudantes (o mínimo da democracia), mostraram que existe uma dura oposição ao governismo no movimento estudantil da UNICAMP. Foram nesse sentido às intervenções dos membros da gestão do CACH na assembleia, reforçando o chamado à unificação e para que nesse XII CEU mais estudantes, centros acadêmicos, coletivos e organizações expressem e intensifiquem o combate ao governismo na universidade e fora dela. Também foi reforçado o chamado para que esse combate ao governo seja indissociável da luta para construção de entidades estudantis verdadeiramente representativas e democráticas, que sejam proporcionais, nas quais as diferentes concepções possam ser testadas pelos estudantes e o movimento estudantil seja capaz de avançar para transformar e refundar a universidade, com um projeto verdadeiramente público e acessível à toda a juventude.

Cada um dos 25 delegados eleitos tiveram cerca de 38-42 votos. Mas conscientemente os estudantes disseram que não há espaço à falta representação e burocracia da UJS. Com a intervenção decidida esse combate será feito no Congresso e os exemplos do CACH serão compartilhados com os estudantes de toda UNICAMP, como prévia inclusive do combate eleitoral para que a principal entidade estudantil da universidade não seja burocratizada e governista!




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