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#28A | No Hospital da USP, terceirizadas paralisam contra assédio e discutem o #28A

No HU as trabalhadoras da higienização e limpeza realizaram hoje uma paralisação de duas horas contra a política repressora da empresa HIGIENIX em relação a atestados médicos e saídas por emergências familiares e pessoais.

terça-feira 25 de abril de 2017 | Edição do dia

No Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU) as trabalhadoras terceirizadas da higienização e limpeza realizaram hoje uma paralisação de duas horas contra a política repressora da empresa HIGIENIX em relação a atestados médicos e saídas por emergências familiares e pessoais.

Duas trabalhadoras receberam o holerite referente ao mês de abril com um dos dias marcado como falta, recebendo o salário descontando o dia, o final de semana e a cesta básica. Isso devido a uma política irresponsável, repressora e discriminatória da empresa que, no caso de uma, decidiu arbitrariamente não aceitar o comprovante pela falta de um carimbo do médico. Em vez de avisar a funcionária no momento para que ela pudesse pedir ao médico o carimbo que ele havia esquecido de dar a empresa preferiu descontá-la de surpresa. No caso da outra trabalhadora a empresa perdeu o atestado original e, mesmo com a trabalhadora entregando a cópia, disse que não aceitaria e passou a dizer que não havia recebido o original.

O Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP) esteve presente acompanhando e apoiando a paralisação articulada pelo SIEMACO (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo) até que a empresa se dignasse a resolver o caso dessas trabalhadoras.

Durante a paralisação foi discutido também o chamado da Greve Geral para o dia 28 de abril. Muitas delas falaram sobre como acharam importante o dia 15 de março e que iriam ver a melhor forma de se envolver no dia 28 de abril. No HU a limpeza e higienização trabalham em sua maioria na escala de 12x36, portanto as que estavam presentes hoje na paralisação já não estarão trabalhando no dia 28, mas se comprometeram a conversar com os parentes, vizinhos e amigos para se somarem nas ações que serão realizadas nos seus bairros e próximos de suas comunidades, as que moram na São Remo, no Rio Pequeno e Jaguaré irão se incorporar na ação unificada organizada pelo Comitê da Zona Oeste, do qual o SINTUSP é parte e esta chamando concentração para o portão principal da USP as 6h da manhã.

Conversamos com Barbara Dellatorre, diretora do SINTUSP e trabalhadora do HU, ela nos disse que “essa paralisação de duas horas foi bem importante, porque mostra pras trabalhadoras que elas não são obrigadas a abaixar a cabeça pra todas as injustiças que a empresa faz contra elas, que quando elas se unem pra defender algo elas conseguem. Há menos de um mês a mesma empresa HIGIENIX proibiu as trabalhadoras terceirizadas de utilizarem das copas que os trabalhadores efetivos utilizam, obrigando elas a assinarem um termo de ciência de tal proibição e alegando que elas já possuíam uma copa de uso delas. Essa discriminação e segregação é absurda.”

Barbara, que também é do Grupo de Mulheres Pão e Rosas, disse que ela e alguns Diretores de Bases do SINTUSP no Hospital se levantaram contra esse preconceito e opressão e passaram em todos os setores do Hospital para “convencer os trabalhadores efetivos de que não poderiam aceitar esse nível de preconceito e discriminação contra um grupo de trabalhadores, em grande maioria, mulheres, pobres e negras, que já sofrem cotidianamente a opressão e o preconceito machista e racista! Muito menos neste momento em que necessitamos unir as forças da nossa classe, classe trabalhadora, numa só luta nacional em defesa dos direitos trabalhistas e da aposentadoria de todos nós, contra as reformas do governo Temer, assim como em defesa do hospital contra a sua desvinculação e/ou a sua terceirização, via Organização Social (OSS).”

Após duas horas de paralisação a empresa entrou em contato com o SIEMACO para garantir a regularização do holerite das duas trabalhadoras e entendeu o recado das trabalhadoras terceirizadas do HU, de que não aceitarão mais esse tipo de assédio que obriga a que elas adoeçam no serviço com medo de cuidarem da sua saúde e terem o salário descontado.




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